Suíça: banco Julius Baer em apuros por causa de… um cliente
O banco suíço Julius Baer, o segundo maior do país, revelou estar exposto a 606 milhões de francos suíços (628 milhões de euros) causados por dificuldades com o pagamento de três empréstimos feitos a um consórcio europeu.
Os três empréstimos concedidos pelo banco suíço Julius Baer, o maior do país depois do colapso do Credit Suisse estão ligados ao magnata e investidor austríaco René Benko, que está em dificuldades financeiras, escreve hoje a imprensa suíça.
O banco suíço Julius Baer, tradicionalmente vocacionado para a gestão de grandes fortunas, reconheceu em comunicado difundido que se trata da “maior exposição individual na sua rubrica de dívida privada”, tendo garantido que está em processo de reestruturação a longo prazo e que tem garantias ligadas a negócios imobiliários, comerciais e de luxo.
O banco fez este esclarecimento uma semana depois de um relatório intercalar sobre as suas contas de 2023 ter revelado uma provisão de 81 milhões de francos suíços (83 milhões de euros) para cobrir potenciais perdas financeiras, anúncio que fez com que o banco caísse 13% num único dia, a sua maior queda desde 2020.
Embora o banco não tenha revelado a origem dos problemas, notícias difundidas nos media suíços sugerem que os empréstimos problemáticos pertencem a Benko, um dos magnatas mais ricos da Áustria, cujo conglomerado imobiliário e de comércio Signa está a lutar contra problemas financeiros.
Na sexta-feira, a divisão imobiliária alemã da Signa apresentou um pedido de insolvência e, de acordo com o diário suíço Blick, o grupo tem uma dívida total de 13.000 milhões de euros.
O jornal acrescenta que o Julius Baer, que financiou a compra da cadeia de retalho suíça Globus pelo magnata Benko, em associação com um grupo tailandês, terá aprovado três empréstimos de cerca de 200 milhões de francos cada um para o magnata austríaco, o que, segundo os analistas, constitui um risco enorme.
A situação revela parece ter tido hoje um impacto menor no preço das suas ações, que seguiam a cair cerca de 1% na Bolsa de Zurique no início das negociações.