E nessa esquina polida,
Onde se cruzam histórias
Há tanto de vida dorida,
Como de tantas vitórias
E nesse passeio já gasto
Pelas solas de gente corrida,
Fica um mundo sem rasto,
Fica um mundo de tanta vida
E nessa porta desmaiada
De madeira cor velha
Tanta queda de enfiada
Onde se perdeu tanto azelha
Nessa parede de cal caiada,
De contos de areia
Tanta gente malfadada,
Em estrada sem beira
Que estrada em rodopio
Que vidas em linhas cruzadas…
São todas escritos sem fio,
São todas vidas enroladas
O trilho é esse para todos
Desatar nós, fazer agasalhos,
Deixar de vez esses lodos
Fazer caminho desses atalhos!
Pedro Paralta