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Capitã portuguesa recusa enfrentar trans em torneios femininos

© DR

A capitã da seleção portuguesa de bilhar, Alexandra Cunha, insurgiu-se recentemente contra a inclusão de atletas transexuais e não binárias em provas exclusivamente femininas da World Eightball Pool Federation (WEPF) e, graças à sua tomada de posição, viu-se envolvida numa grande polémica.

Alexandra Cunha está radicada há 11 anos no Reino Unido, mais propriamente em Norwich, já representou FC Porto, Sporting e Benfica, foi 14 vezes campeã nacional, figura na quinta posição do ranking mundial, tem um palmarés com mais de 200 títulos e, em três décadas de carreira, diz ter-se dedicado a ajudar a valorizar o universo feminino num desporto que ainda é maioritariamente dominado por homens.

No final de outubro, a WEPF alterou as regras sobre a participação de atletas transgénero em competições femininas, o que levou a que seis dezenas de jogadoras profissionais de bilhar aderissem a um grupo no WhatsApp para tentar reverter esta mudança. Alexandra Cunha, escreve O Observador, “apressou-se a contactar o principal patrocinador da liga para garantir que não iria competir contra adversárias transgénero ou não binárias”.

“Não vou jogar contra ninguém que tenha uma maçã da Adão na categoria feminina. No início até achei que não era um problema, mas quando se vê a força no tronco, os músculos, a memória muscular, a diferença torna-se clara. Têm braços mais compridos, chegam mais longe, a força e a velocidade não são comparáveis”, diz a desportista.

Alternativa à vista

Fruto da insistência das atletas e dos argumentos apresentados, a Interational Pool Association, “rival” direta do Ultimate Pool Group, anunciou a criação de uma competição para atletas “exclusivamente transgénero” em 2024.

Citando uma entrevista concedida The Telegraph, O Observador reitera que Alexandra Cunha sublinha a sua admiração por “mulheres transgénero ou não binárias e tem ’empatia’, garantindo que quer que tenham ‘vidas felizes’. Mas não deixa de abandonar o ponto. ‘Estas organizações sabem que as modalidades são afetadas pelo género. Sabem que as mulheres precisam dos próprios torneios para aumentar a participação feminina e as oportunidades. Têm de mostrar coragem e decência e defender as mulheres'”, lê-se.

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