A TAP e a Câmara de Cascais assinaram um acordo para a expansão do centro de treino no Aeródromo Municipal, com a IFA, entidade de formação que opera na infraestrutura, a pedir mais informações sobre o projeto, anunciaram.
“O alargamento da infraestrutura de treino será feito em duas fases”, lê-se num comunicado.
Assim, “no curto prazo, aos dois simuladores de voo (Airbus A320 e A330) já existentes juntar-se-á um novo simulador do Airbus A320”, sendo que, “num segundo momento, poderão ser instalados mais quatro simuladores, dependendo de parcerias com entidades terceiras, para um total de sete, concretizando a ambição de criar na freguesia de São Domingos de Rana, em Cascais, um polo universitário e de formação profissional na aviação com a importante presença da Academia TAP”.
De acordo com a nota, “além dos novos simuladores, serão criados espaços de formação para Técnicos de Manutenção de Aeronaves e Pessoal Navegante de Cabina”, sendo que “a parceria estipula ainda a reserva de espaço para instalações onde a TAP Manutenção e Engenharia poderá vir a desenvolver várias atividades, incluindo manutenção de motores”.
A companhia aérea detalhou que “será ainda disponibilizado um espaço para manutenção da frota Embraer 190/195 da PGA (Portugália Airlines)” reforçando a sua capacidade de manutenção.
Entretanto, a IFA – International Flight Academy, empresa de formação aeronáutica em Portugal, quer mais informações sobre este acordo.
O diretor executivo da IFA, José Madeira, considera “fundamental que seja partilhado” o protocolo ou memorando de entendimento “assinado entre a autarquia e a TAP”, citando “duas razões que podem comprometer a aparente bondade do projeto agora iniciado”, segundo uma nota.
“O conhecimento dos exatos termos do protocolo permitirá entender que tipo de formação a TAP irá prestar no AMC [Aeródromo Municipal de Cascais] e que condições a empresa terá para essa formação. Se forem formações internas à TAP vemos a situação com bons olhos”, indicou.
“Se forem formações externas a alunos iniciais, a CMC [Câmara Municipal de Cascais] poderá estar a dar condições preferenciais a uma empresa que poderão configurar concorrência desleal, dado que no aeródromo de Cascais existem outras empresas que se dedicam à mesma atividade de formação, pagando à CMC, como é o caso da IFA, todo e qualquer serviço que seja necessário para a sua atividade”, denunciou.
Além disso, referiu, “a necessidade de conhecer os termos do acordo entre a CMC e a TAP é ainda reforçada” para que haja a garantia de que “não se repetirá o absurdo que sucedeu quando se neutralizou no passado um hangar em espaço Ar para albergar dois simuladores da TAP”.
A empresa irá assim “solicitar à autarquia de Cascais a disponibilização do documento que reflete o acordo entre a CMC e a TAP, referido esta terça-feira pelo presidente Carlos Carreiras em reunião camarária e que foi alvo de um comunicado assinado por ambas as partes”.