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Paulo Cafôfo pede eleições antecipadas na Madeira

© Helder Santos / ASPress

O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas e também líder do PS/Madeira, Paulo Cafôfo, defendeu a realização de eleições antecipadas na Madeira, justificando a apresentação de uma moção de censura por considerar que o Governo madeirense deixou de ter condições para governar.

“Aquilo que nos leva a apresentar esta moção tem a ver com aquilo que é a gravidade dos factos e [por], apesar da gravidade dos factos, o presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque [PSD], afirmou que não se demitiria e resiste a pedir a retirada da imunidade que tem enquanto membro do Conselho de Estado”, disse hoje Paulo Cafôfo à SIC, à chegada ao Aeroporto de Lisboa.

Segundo o dirigente socialista, já após esta situação “aconteceu outro facto novo que foi o facto de o PAN, que tem um acordo de incidência parlamentar com o Governo do PSD/CDS-PP, ter puxado o tapete a Miguel Albuquerque e ter dito que Miguel Albuquerque não tem condições para continuar como presidente do Governo”.

Paulo Cafôfo recusou ter existido uma mudança de ideias dos socialistas – que no início não admitiram logo uma moção de censura – afirmando que houve uma decisão tomada tendo em conta a avaliação dos desenvolvimentos das buscas e investigação ao Governo da Madeira.

“No conteúdo da moção, nós achamos que Miguel Albuquerque não tem condições para continuar como presidente do Governo, mas também que este Governo não tem condições para subsistir”, afirmou, considerando que o comunicado do Ministério Público permite concluir que “não é só sobre o presidente do Governo, mas sobre todo o Governo” que recaem suspeitas.

Para Cafôfo, os madeirenses não podem estar sob o risco de um Governo que “não prossegue os fins públicos, mas fins privados e partidários”.

“Nós vamos defender de forma intransigente os interesses madeirenses, os interesses da região, e só há uma forma de o fazer: é através de novas eleições, em que o povo possa efetivamente escolher um novo Governo, afirmou.

Cafôfo destacou que já tem conhecimento público do apoio de outros partidos à moção de censura, mas afirmou que vai hoje mesmo requerer reuniões com os partidos políticos com assento na Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira para coordenarem uma posição.

“Isto é um momento de clarificação. Clarificação de quem está na oposição, mas clarificação também deste regime que apodreceu nos quase 50 anos que está à frente dos destinos da região”, afirmou.

Paulo Cafôfo recusou ainda algum paralelismo entre as investigações ao PS da Madeira ocorridas nos últimos anos, e as investigações agora ao Governo PSD/CDS-PP, realçando que o caso da investigação aos socialistas partiu de uma denúncia anónima em 2018 que não incidiu especificamente sobre a sua pessoa, mas sobre todas as câmaras socialistas na Madeira e o PS madeirense.

“Sobre este processo, nunca fui ouvido e muito menos constituído arguido. Portanto, não há aqui qualquer confusão com essa denúncia anónima em 2018 e aquilo que se está a passar agora na região”, disse.

O presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, foi constituído arguido, num inquérito que investiga suspeitas de corrupção, abuso de poder, prevaricação, atentado ao Estado de direito, entre outros crimes.

O processo envolve também dois empresários e o presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado, os três detidos numa operação policial desencadeada na quarta-feira na Madeira, Açores e em várias cidades do continente.

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