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José Luís Carneiro ainda a ponderar candidatura à liderança do PS

© Lusa

O dirigente socialista José Luís Carneiro afirmou esta quinta-feira à agência Lusa que ainda não tomou qualquer decisão sobre uma sua eventual candidatura à liderança do PS, adiantando que tem recebido apoios de militantes e cidadãos independentes.

Esta posição foi transmitida por José Luís Carneiro, atual ministro da Administração Interna e ex-secretário-geral adjunto dos socialistas, horas antes da reunião da Comissão Política Nacional do PS, marcada para as 21h00, e que vai começar a definir os caminhos deste partido após a saída de António Costa das funções de primeiro-ministro e de secretário-geral do PS.

“Tenho ponderado, mas ainda não tomei qualquer decisão. Tenho recebido manifestações de apoio de militantes, simpatizantes e de muitos cidadãos independentes. Apenas tenho mantido uma avaliação serena”, declarou José Luís Carneiro, um dos principais membros da chamada ala moderada do PS.

José Luís Carneiro observou que está em curso “um diálogo interinstitucional que deve ser respeitado, porque visa salvaguardar o interesse nacional”.

“A estabilidade do país, perante um quadro internacional extraordinariamente exigente, deve ser a prioridade de todos”, advertiu.

Referiu, ainda, que, “depois, haverá a reunião e decisão dos órgãos do partido”.

“Com tranquilidade e ao nível dos seus órgãos, [o PS] tomará democraticamente as suas decisões. Após essas decisões dos órgãos próprios, avaliarei e decidirei. Decidirei com base na minha consciência e no interesse do meu país”, acrescentou.

Na terça-feira, António Costa anunciou a sua demissão do cargo de primeiro-ministro e adiantou que não vai recandidatar-se a estas funções em eventuais eleições legislativas antecipadas.

Na quarta-feira, o ex-dirigente socialista Francisco Assis, após “um almoço de amigos” com o ex-ministro Pedro Nuno Santos – apontado como provável candidato à sucessão de António Costa na liderança dos socialistas -, em declarações à agência Lusa, defendeu que os mais altos responsáveis do PS devem entender-se em torno de uma nova liderança “agregadora”, de unidade e “sem medo” de enfrentar eleições legislativas antecipadas.

“Nas presentes circunstâncias políticas pede-se aos mais altos responsáveis do PS que tudo façam para que haja um entendimento em torno de uma candidatura à liderança do partido. O PS não deve ter medo de enfrentar eleições antecipadas e deve unir-se em torno de uma nova liderança agregadora e combativa”, sustentou Francisco Assis, também conotado com a chamada ala moderada desta força política.

Em conferência de imprensa, horas depois da demissão de António Costa, o presidente do PS, Carlos César, afirmou que os socialistas estão preparados para qualquer cenário: Eleições antecipadas ou mudança de liderança do Governo.

Questionado se o PS vai antecipar o seu Congresso Nacional, que está marcado para os dias 15, 16 e 17 de março, o antigo presidente do Governo Regional dos Açores e líder parlamentar socialista disse que se recusa para já “a fazer considerações” sobre esse ponto.

“Não conhecemos qual a decisão do senhor Presidente da República. Em função da sua decisão, o PS ajustará, se for o caso, os procedimentos internos necessários para responder à situação que entretanto for criada”, justificou.

Na terça-feira foram realizadas buscas em vários gabinetes do Governo, incluindo na residência oficial de São Bento, em Lisboa, visando o chefe de gabinete do primeiro-ministro, Vítor Escária.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) anunciou, quatro horas mais tarde, através de comunicado, que estão em causa investigações sobre projetos de lítio e de hidrogénio e que o primeiro-ministro é alvo de inquérito autónomo no Supremo Tribunal de Justiça.

O Presidente da República recebeu o primeiro-ministro logo de manhã, a pedido deste, no Palácio de Belém, e uma segunda vez já depois de ser conhecido o comunicado da PGR, tendo recebido pelo meio, a procuradora-geral da República, Lucília Gago.

António Costa apresentou a demissão de primeiro-ministro, declarando-se de “cabeça erguida” e “consciência tranquila”, mas defendendo que “a dignidade das funções de primeiro-ministro não é compatível com qualquer suspeição sobre a sua integridade, a sua boa conduta e, menos ainda, com a suspeita da prática de qualquer ato criminal”.

O Presidente da República, que fala hoje ao país, aceitou o pedido de demissão e convocou os partidos com assento parlamentar e o Conselho de Estado, para uma eventual dissolução do parlamento.

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