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Eles querem mudar a forma como as câmaras de comércio interagem

Carlos Vinhas Pereira e Francis da Silva presidem cada um uma Câmara de Comércio. O primeiro, em França, dirige a Câmara de Comércio e Indústria Franco-Portuguesa (CCIFP), enquanto que Francis da Silva preside à Câmara de Comércio e Indústria Luso-Luxemburguesa (CCILL), no grão-ducado.

Desde o início do mês de dezembro de 2023, ambos assumem a responsabilidade por estruturas que pretendem assegurar a coordenação do trabalho das câmaras de comércio na Europa e no mundo. Francis da Silva assume a Federação das Câmaras de Comércio e Indústria Portuguesas na Europa (FECCIPE), enquanto a nova Rede de Câmaras de Comércio Portuguesas no Mundo (RCCPM) será presidida por Vinhas Pereira.

“Curiosamente as câmaras de comércio portuguesas no mundo decidiram escolher o país mais pequeno da Europa para dirigir a Federação europeia”, salienta Francis da Silva, agradecendo o reconhecimento dos seus pares.

Em entrevista ao BOM DIA (veja abaixo a entrevista integral), os dois dirigentes falaram destes dois projetos, dos encontros PNAID e outros assuntos relativos às câmaras de comércio portuguesas no mundo.

Encontros PNAID

“As câmaras incentivam o investimento direto em Portugal, por isso faz todo o sentido trabalharmos com o Programa de Apoio ao Investimento da Diáspora (PNAID), coisa que fazemos há mais de três anos”, explicou o dirigente da CCIFP que espera que as medidas do PNAID sejam simplicadas e explica: “temos de simplificar a perceção que os empresários da diáspora têm das medidas que o PNAID, e é disso que vou falar no encontro de Viana do Castelo”.

Francis da Silva lamenta ainda a burocracia e as dificuldades que ainda encontram os investidores das comunidades, ao que Vinhas Pereira acrescenta que os bloqueios surgem muitas vezes “nos municípios, na obtenção de alvarás, por exemplo”, defendendo que é necessário reduzir os prazos de licenciamento.

Carlos Vinhas Pereira tem ainda como objetivo para o encontro de Viana falar das redes de câmaras de comércio, sobretudo destas novas estruturas “que permitem mutualizar forças para termos mais impacto junto do governo, seja ele qual for, para podermos explicar os problemas das nossas diásporas e também – ao nosso nível – contribuir para a economia de Portugal”, afirma o empresário.

“Reunir forças na FECCIPE e na RCCPM é a melhor forma de contribuir para reforçar cada câmara individualmente, nomeadamente na questão da aquisição do estatuto de utilidade pública das câmaras espalhadas pelo mundo”, insiste Carlos Vinhas Pereira, responsável pela rede mundial de câmaras. “Este estatuto é extremamente importante para reforçar o posicionamento das câmaras de comércio e indústria de todo o mundo”, acrescenta.

“O que nos une é muito maior do que o que nos separa”, defende Francis da Silva, apesar do problema de, em alguns países, existirem mais do que uma câmara de comércio. “Em vez de entrar na existente e ajudar, cria-se outra”, lamenta Vinhas Pereira que acredita que a criação da FECCIPE e da RCCPM vai ajudar a evitar esta duplicação de esforços e ajudar a “filtrar” as câmaras que não o são verdadeiramente. “A Europa tem potencialidades imensas para as empresas exportadoras à condição de obtermos escala. É o objetivo para 2024, reunindo esforços e profissionalizando mais o funcionamento das câmaras. Criando e aproveitando melhor as oportunidades”, conclui Francis da Silva.

Sobre a CCIFP e a CCILL

A CCIFP foi criada em Paris em 2005 e tem mais de 550 membros, organizando eventos regulares, entre os quais se destaca o Salão Imobiliário. Integra também sete antenas regionais da Câmara em França, tendo por objetivo ter 12 delegações. Vinhas Pereira considera que o objetivo da CCIFP será de atingir pelo menos mil membros, ou seja, duplicar o atual número.

Francis da Silva recordou que a câmara portuguesa do Luxemburgo foi criada em 2003 e que pretende celebrar o 20º aniversário num evento a realizar em 2024. “Luxemburgo não se pode comparar a França, a dimensão não é a mesma mas temos associados motivados e uma localização crucial no coração da Europa”, concluiu.

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