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A canção espanhola para a Eurovisão chama-se… um palavrão

Espanha escolheu a canção “Zorra” do duo Nebulossa para representar o país na Eurovisão 2024 que se realiza na Suécia. Mas a música que, segundo os artistas, é sobre o empoderamento feminino está a dividir os espanhóis.

O problema é o significado da palavra “zorra”. O termo pode ser traduzido para português como cabra, vadia, mulher fácil ou puta. Mas também é usado, de forma coloquial, para falar de uma pessoa astuta.

As feministas espanholas já se indignaram com a canção. “Eu não gosto que me chamem “zorra”, nem quero que os meus filhos chamem “zorra” à sua professora”, refere a política Susana Díaz do Partido Socialista espanhol em declarações no programa “Espelho Público” do canal Antena 3.

A ex-presidente da Região Autónoma da Andaluzia, socialista e assumida feminista, critica que vendam a canção “como um empoderamento” da mulher.

“Empoderar as mulheres significa dar-lhes mais zeros na folha de pagamento, creche gratuita e co-responsabilidade pelas tarefas familiares”, salienta Susana Díaz. “Chamarem-me puta não me fortalece”, constata ainda.

Apesar disso, Susana Díaz não se junta ao movimento que quer tirar a canção da Eurovisão. Há uma petição nesse sentido, mas a política nota que “não se podem pôr barreiras à arte”, destacando que, neste campo, é “muito tolerante e que vá quem quiserem à Eurovisão”.

A apresentadora de televisão e actriz espanhola Sonia Ferrer também concorda com Susana Díaz quanto ao teor da canção. “Parece-me absurdo que chamarem-te “zorra” seja empoderante“, sublinha, lamentando ainda que o “discurso feminista da letra” acaba por ser anulado “por uma encenação hipersexual”.

Por outro lado, o primeiro ministro de Espanha, Pedro Sánchez, já disse que gosta da música por ser provocadora e pela mensagem de empoderamento feminino.

Os artistas que foram o duo Nebulossa, María Bas e Mark Dasousa, notam que a música “não é só uma canção para mulheres”.

“É para quem, em geral, se sente apartado, para todo aquele que não se sente livre de ser quem é“, salientam em resposta às críticas – e num piscar de olho à comunidade LGBTQI+ que é, habitualmente, grande fã da Eurovisão.

Afastada está já a possibilidade de a canção ser censurada pela União Europeia de Radiodifusão (UER) que organiza a Eurovisão e que proíbe letras com conteúdos políticos ou insultuosos.

“Zorra” já foi aprovada pela UER e Espanha espera, agora, conseguir uma melhor classificação do que o 17ª lugar de 2023.

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