Como eu queria ter acreditado que é finita.
Como gostaria de a ter a meu lado, cansado
Sentados
Na sacada
A ver o movimento da rua
E da rotunda.
Ver e ouvir falar com quem passava e a cumprimentava
Lá baixo na rua.
Como eu gostava de a ter
Ternamente
A conversarmos.
O meu sedentarismo fazer companhia
Ao seu cansaço
À força da idade.
Mas a finitude
Ser infinita.
A finitude seria o estímulo
Para estar a seu lado,
Conversamos, desfiar
Memórias. Curiosidades.
A ideia, é que fosse infinita
Para prolongarmos as conversas, as impressões
E ouvir histórias antigas
E de estirpes.
Infinita para à noite, cedo,
Conversarmos ternamente
Como gosto com os anciãos
E os experientes.
Como eu gostava de ter percebido
Que era apenas minha mãe
E não trocar impressões
Desfiadas pela memória
Que me ensinaria e eu queria saber.
Mário Adão Magalhães 014/10/15 02, 19h