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Paulo Cafôfo esteve na “aldeia mais francesa de Portugal”

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Queiriga, considerada “a aldeia mais francesa de Portugal”, foi palco de celebrações do Dia do Emigrante na passada quinta-feira, em Vila Nova de Paiva, Viseu. O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Paulo Cafôfo, esteve presente neste dia de homenagem à diáspora portuguesa, no concelho com uma forte tradição migratória.

“Vale mais um mês aqui do que um ano inteiro lá”, esta é uma frase do poema “Voltei, voltei” de Dino Meira, que pode ler nas paredes do Centro de Memórias das Migrações em Queiriga, aldeia do concelho de Vila Nova de Paiva, cuja população triplica no mês de agosto com a chegada dos emigrantes à terra natal.

Com cerca de 10 a 15 mil emigrantes em todo o mundo, a população do concelho viseense tem uma forte tradição de emigração, em especial para França, tendo este facto dado origem à “aldeia mais francesa de Portugal”, Queiriga, onde esta população é significativa ao longo de todo o ano, mas em especial no mês de agosto.

Foi nesta aldeia singular que, após dois anos de interrupção devido à pandemia, se voltou a celebrar o Dia do Emigrante em Vila Nova de Paiva, tendo sido escolhida para ser o palco das celebrações que, tradicionalmente na primeira quinta-feira do mês de agosto, se dedicam a festejar e conviver com os emigrantes.

O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Paulo Cafôfo, esteve presente no evento, tendo participado nas comemorações de homenagem à diáspora, e visitado ainda o Centro de Memória das Migrações – ”Queiriga Mon Amour”, na passada quinta-feira, dia 4 de agosto.

“Aqui homenageamos a diáspora, mulheres e homens que partiram na estrada de emigração sem nunca perder a sua ligação umbilical ao nosso país”, partilha Paulo Cafôfo numa publicação do seu Facebook, destacando “histórias como a do senhor Abel que saiu de Queiriga com 6 anos para França e agora, 61 anos depois, está “cá e lá” como gosta de dizer.”

Neste sentido, Paulo Cafôfo sublinha que “é importante trabalhar cá e lá. É importante conectar a diáspora com as suas raízes, reforçar o vínculo e estabelecer pontes de relacionamento estreito e frutuoso com poder local, empresas e sociedade civil na sua ligação com a nossa Diáspora.” Uma diáspora que considera que se deve “valorizar e aproveitar o seu valor enquanto ativo estratégico, sobretudo nos territórios de onde partiram” como, para muitos, é o caso de Vila Nova de Paiva.

O presidente da Câmara Municipal do concelho, Paulo Marques, refere numa entrevista dada em maio deste ano ao Jornal Comunidades que, mais recentemente, os jovens têm preferido o Dubai para trabalhar, mas o maior número de emigrantes do concelho viseense continua a encontrar-se em França, em especial em Paris e Périgueux. Há também ainda uma comunidade significativa em Pau, no País Basco, e depois em países como a Alemanha, Suíça, Luxemburgo, Inglaterra, Brasil, Canadá.

Assim, segundo o mesmo, este dia serve “para dar um pouco mais de cor e festa, que é isso que os nossos emigrantes querem porque estão ansiosos não só por vir para a sua terra como também para terem mais liberdade para festejar com os seus conterrâneos”, refere o presidente da Câmara Municipal, ao Jornal do Centro, a quem Cafôfo deixou um agradecimento pelo “belo caloroso acolhimento de todos”.

Esta visita do secretário de Estado enquadrou-se no âmbito da “Missão Ligar Portugal a Diáspora” e no programa do Dia do Emigrante constou ainda uma missa campal, um lanche comunitário, e animação ao longo de todo o dia, fazendo parte das festas de Queiriga, a decorrer em Vila Nova de Paiva no início do mês de agosto.

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