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Paris celebra 25 de Abril com evento cultural de primeira grandeza

Às 00h20 do dia 25 de abril de 1974, foi transmitida na rádio Renascença a canção “Grandôla Vila Morena de José Afonso”: foi lançado o sinal definitivo do golpe de Estado contra a ditadura. No final das contas, o ditador Marcelo Caetano – que sucedeu a Salazar em 1968 – foi deposto, marcando o fim da ditadura mais longa da Europa, 48 anos.

Durante este período, muitos artistas (por vezes exilados) fizeram campanha contra o regime e a sua opressão: Sophia de Mello Breyner, Mário Cesariny, José Mário Branco, José Afonso, Luís Cília, Maria Teresa Horta… É a estes artistas que em Paris é prestada homenagem convocando a jovem cena portuguesa que é sua herdeira.

E são os seguintes os artistas que no dia 25 de abril vão celebrar a revolução dos cravos em Paris, às 20 horas, no Théâtre de la Ville-Sarah Bernhardt:

MARIA REIS
Maria Reis (na foto acima) fará-nos ouvir, além das suas composições, canções de intervenção portuguesas das décadas de 1960 e 1970 como as de José Afonso e José Mário Branco. Hoje é uma das artistas mais procuradas da jovem cena underground portuguesa.

ÁFRICA NEGRA
Lendário grupo são-tomense fundado no início da década de 1970 por um açougueiro profissional e um guitarrista, o Africa Negra é o grupo mais conhecido do país. Com a independência das duas ilhas ao largo da costa do Gabão em 1975, rapidamente afirmou a sua influência fora do arquipélago. As suas melodias cativantes através da incomparável mistura de ritmos Puxa e Rumba fazem do Africa Negra um dos grupos mais antigos e lendários da cena lusófona. Um concerto único em Paris.

TÂNIA CARVALHO & JOANA GAMA
A pianista Joana Gama e a coreógrafa e cantora Tânia Carvalho desmembram e estrangulam poemas e canções tradicionais portuguesas para lhes dar nova vida. Uma poética da desconstrução como único processo vitalista possível.

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