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França doa mísseis à Ucrânia

© ©Sarah Steck/ Présidence de la République

O Presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou esta terça-feira, no primeiro dia da cimeira da NATO, que vai entregar à Ucrânia mísseis de longo alcance ‘Scalp’, decisão já criticada pelo Kremlin, que ameaçou tomar “contra medidas”.

“Decidimos entregar novos mísseis que permitirão à Ucrânia um ataque com maior profundidade”, disse Macron à chegada à cimeira da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), em Vílnius, na Lituânia, sem adiantar quantos serão encaminhados para Kiev.

“O que é importante para nós hoje é enviar uma mensagem de apoio à Ucrânia, de unidade da NATO e de determinação de que a Rússia não pode e não deve ganhar esta guerra”, acrescentou.

O míssil de cruzeiro ‘Storm Shadow’, desenvolvido conjuntamente pelo Reino Unido e pela França e ​​​​​​​denominado ‘Scalp’ pelo exército francês, é lançado a partir o ar, tendo um alcance de mais de 250 quilómetros, mais do que qualquer outra arma fornecida a Kiev pelos países ocidentais.

Com o seu longo alcance, estes mísseis são capazes de atingir áreas no leste da Ucrânia controladas pelas forças russas.

Em maio, o Reino Unido foi o primeiro país a anunciar que estava a enviar mísseis de longo alcance para a Ucrânia. Poucos dias depois, a Rússia afirmou ter intercetado um ‘Storm Shadow’ no âmbito do conflito na Ucrânia.

“[Os mísseis ‘Scalp’] serão entregues mantendo a clareza e a coerência da nossa doutrina, ou seja, para permitir à Ucrânia defender o seu território”, explicou Macron, excluindo implicitamente qualquer utilização para atacar a Rússia.

Segundo a revista especializada Défense et Sécurité Internationale, a França tem “menos de 400” destes mísseis.

O Presidente francês também se “congratulou” com o acordo alcançado com a Turquia para finalizar a adesão da Suécia à NATO.

Em Moscovo, através do porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, a presidência russa considerou que o envio dos mísseis franceses para Kiev “é um erro” que vai obrigar a Rússia a tomar “contra medidas” no conflito com a Ucrânia.

“Do nosso ponto de vista, trata-se de uma decisão errada com consequências graves para a Ucrânia, porque naturalmente nos obrigará a tomar contra medidas”, afirmou Peskov aos jornalistas.

A cimeira da NATO, que começou hoje na Lituânia, está centrada no apoio à Ucrânia contra a invasão russa e na adesão da Suécia à Aliança Atlântica, bem como no reforço dos meios militares dos aliados contra futuras ameaças.

O reforço das capacidades de dissuasão e defesa da Aliança é um dos principais temas da cimeira, que junta os 31 atuais membros para analisar uma revisão do modelo de organização militar e novos planos regionais – um plano cuja relevância foi fortalecida pela invasão russa da Ucrânia iniciada em fevereiro do ano passado.

A cimeira servirá para discutir ainda o reforço do investimento dos aliados, para dar resposta a este plano, bem como para suprir as necessidades da Ucrânia no seu esforço de guerra.

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