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Festival de cinema português no Luxemburgo começa com casa cheia

© Carlos de Jesus

A projeção do filme “Amadeo” de Vicente Alves do Ó abriu esta sexta-feira o festival de cinema português no Luxemburgo, uma iniciativa do Centro Cultural Português – Instituto Camões e da Embaixada de Portugal, com o apoio do BOM DIA e do Cineclube Português.

O festival deste ano começou dia 10 de novembro com o filme biográfico de Vicente Alves do Ó que conta a ainda mal conhecida história do grande artista português Amadeo de Souza Cardoso que, em 2016, mereceu em Paris uma homenagem histórica com uma exposição das suas obras no Grand Palais.

O filme, projetado no cinema Utopia, na capital luxemburguesa, foi exibido diante de uma sala cheia, tendo algumas pessoas ficado fora por falta de lugares.

Carlos de Jesus

O festival continua sábado com “Alma Viva“, a primeira longa-metragem da realizadora luso-francesa, um filme que tem um currículo brilhante: selecionado em competição na Semana da Crítica do Festival de Cannes 2022, foi o representante português nos Óscares 2023, além de ter vencido o prémio Sophia (o Óscar português) para o melhor filme de ficção.

Cristèle Alves Meira assumiu, em várias entrevistas, a relação muito íntima com as histórias poderosas e misteriosas que são contadas nas aldeias transmontanas. “Histórias de outro tempo que são a matriz original, a memória arcaica da cultura portuguesa”, explica a realizadora, revelando que passou a infância a “ouvir histórias de maldições e a ver as pessoas sussurrarem esses temas, porque existe claramente um tabu em torno da bruxaria”.

O claro objetivo da luso-francesa é trazer essas crenças para o cinema, torná-las visíveis e – de uma certa forma – garantir a transmissão das histórias e tradições, tal como a avó de Salomé se preocupa em legar os seus saberes ancestrais à neta.

Vicente Alves do Ó é repetente neste festival. Além da biografia do pintor amarantino, apresenta domingo, dia 12, uma comédia intitulada “Quero-te tanto“. Com Pedro Teixeira, Benedita Pereira, Fernanda Serrano e tantos outros populares atores portugueses, esta obra promete 100 minutos de descontração, e intercâmbio com o realizador que estará na projeção para conversar com o público.

O filme seguinte é “Diários de Otsoga“, uma obra que foi apresentada na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes em 2021 e que pode ser visto na segunda-feira na Cinemateca do Luxemburgo, onde são projetados os filmes do festival, exceto o primeiro e o último: “Amadeo” passa no cinema Utopia esta sexta-feira, dia 10 de novembro, às 19 horas, e o último, “Autografia” na mesma sala, dia 17, à mesma hora.

Outro dos filmes deste certame inspira-se numa obra de José Cardoso Pires. A película “Sombras Brancas” parte do livro “De Profundis, Valsa Lenta”, de 1997, que relata a experiência do AVC que sofreu o autor, as suas consequências e o processo de recuperação. “Sombras Brancas”, assinado por Fernando Vendrell, tem como ponto de partida esta obra e o que ela significa – uma viagem literária pela mente e pela memória. Vendrell conta a biografia de José Cardoso Pires, propondo uma viagem pela memória que se torna, inevitavelmente, uma incursão na vida e obra de um dos mais importantes escritores portugueses do século XX.

Por fim, “Autografia“, documentário de Miguel Gonçalves Mendes, encerra o festival no dia 17 de novembro, e integra as comemorações do centenário de Mário Cesariny. Os 100 anos do nascimento do poeta e artista surrealista assinalaram-se a 9 de agosto e esta projeção do filme vencedor do prémio de melhor documentário português no DocLisboa em 2004 é a melhor forma de homenagear esta personalidade ímpar. O filme é um retrato, um mergulho na vida, no percurso e na obra de Cesariny que se vai revelando na intimidade do seu quarto e nos locais que prefere.

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