Belga encontrou em Portugal um refúgio para se livrar do álcool
Steve tem 45 anos, é natural da Bélgica, vive no Luxemburgo e sabe que Portugal terá, para sempre, um cantinho especial guardado no coração. Confuso? Não tanto como a vida do próprio Steve (pseudónimo), que se deixou vencer pelo vício do álcool e que por diversas vezes viu a sua própria existência em risco. Foi “lá em baixo” que encontrou um refúgio onde passou sete meses em tratamento. Hoje é um homem mudado, está sóbrio, conseguiu voltar ao que nunca quis deixar de ser e contou ao jornal luxemburguês L’Essentiel todo o seu percurso.
A reportagem é assinada pelo jornalista Nicolas Chauty (poderá lê-la na íntegra, em francês e com todos os detalhes, aqui) e traz o testemunho de quem vivenciou na pele o drama da adição e a luta constante para dela se desapegar.
Este trabalho jornalístico teve início há praticamente um ano, foi publicado a 13 de novembro e conheceu novos desenvolvimentos recentemente.
Durante vários meses, Steve conheceu uma dura mas necessária realidade num estabelecimento situado a 30 quilómetros de Lisboa. Assim que deu entrada (a 15 de novembro de 2023), foi revistado e viu todos os aparelhos eletrónicos, bem como cartão bancário e passaporte confiscados. Até junho de 2024, foi integrado num grupo de 15 homens, todos eles em luta contra um determinado vício, e sujeito a rotinas rígidas.
Segundo contou ao L’Essentiel, todos ali acordavam cedo, tinham um dia repleto de atividades (inseridas no plano de tratamento) e só não podiam dizer que estavam totalmente isolados do mundo porque tinham duas dezenas de minutos ao fim de semana para ir a um café nas imediações conviver, mas somente entre si.
Além disso, eram múltiplas vezes confrontados com situações propositadas que os levavam a testar o nível de afastamento, ou não, da própria adição.
Quatro meses depois de ter dado o primeiro passo em direção à mudança, Steve foi transferido para outra unidade com uma missão: supervisionar adolescentes ou adultos portadores de deficiência. Este terá sido um dos estágios finais do tratamento.
Em junho, o belga regressou ao Luxemburgo, reencontrou-se com a família e retomou a sua atividade profissional.