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Americanos procuram o “sonho português”

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A segunda edição dos eventos “Living in Portugal” em São Francisco, Califórnia, teve casa cheia de norte-americanos que estão em busca do sonho português, disse à Lusa o criador do evento, Bruce Hawker.

“Tivemos talvez dois ou três casais de lusodescendentes. Foi mesmo quase só americanos”, indicou o responsável pela empresa algarvia Open Media, que vem organizando eventos nos Estados Unidos da América para promover Portugal como destino de emigração.

Depois de eventos bem-sucedidos na Califórnia em fevereiro, a Open Media regressou a São Francisco na semana que passou com várias empresas portuguesas em busca de novos clientes, desde promotoras imobiliárias a seguradoras para expatriados. 

Bruce Hawker disse que cerca de metade da audiência – que reuniu 150 participantes – já visitou Portugal e muitos estão interessados em comprar casa, com orçamentos que chegam a um milhão de euros. É um valor de classe média no contexto da Califórnia, explicou. 

“As empresas que estiveram presentes ficaram muito contentes com as pessoas que apareceram, muitas já com os vistos em curso, outras à procura de oportunidades de último minuto para aproveitar o visto ‘gold’”, afirmou.

O responsável referiu que duas das empresas mais procuradas pela audiência foram a Medal Insurance, que fornece seguros, e a Global International Relocation, especializada no auxílio a mudanças internacionais que vai desde o transporte de animais de estimação​​​​​​​ a carros clássicos. 

Outra empresa bastante solicitada no evento foi a sociedade de advogados Martínez-Echevarría & Ferreira, que auxilia quem quer mudar-se para Portugal em aspetos como procurações, contratos de arrendamento, números fiscais e até abertura de contas bancárias. 

“Há uma panóplia de serviços de que precisam quando se mudam para Portugal e que nós ajudamos os clientes a obterem”, disse à Lusa o diretor-executivo Ricardo Ferreira. Por exemplo, a sociedade pode ajudar a determinar qual o visto que se adapta melhor à situação: um D7, um D2 ou um ‘gold’, enquanto durarem. 

É que há alguma diversidade nos interessados, que vão desde casais de 40 anos que querem trabalhar remotamente a reformados que pretendem gozar a sua pensão noutro país. 

“A maior parte são de classe média”, frisou o advogado. “São pessoas que querem mesmo ir viver para Portugal, que estão saturadas do custo de vista nos Estados Unidos, da insegurança, da situação política, dos preços das casas”, explicou. “Eles olham para Portugal com preços ainda muito atrativos, com uma segurança muito boa e também boa comida”.

A título de exemplo, o advogado referiu que um copo de vinho em São Francisco não custa menos de 20 dólares. “Em Portugal compra-se uma garrafa pelo preço de um copo de vinho cá”. 

Pesa ainda a questão dos serviços e da saúde, que é extremamente cara nos Estados Unidos. “Há várias coisas que puxam muito os americanos a virem para Portugal”, referiu. “Nota-se nas conversas que já tomaram a decisão e querem saber o que é necessário fazer, que vistos tirar, alguns querem montar o próprio negócio”, acrescentou.

A organização do “Living in Portugal” ruma agora a Nova Iorque, onde se vai estrear em 27 de junho num evento onde Bruce Hawker espera que apareçam mais lusodescendentes. O responsável também prometeu regressar à Califórnia em 2024, com outras cidades norte-americanas potencialmente na calha.

CNBC

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