Almirante Gouveia e Melo anuncia a sua candidatura à Presidência da República em Março
Talvez por estar a escrever num Domingo à noite, quando Marques Mendes comenta na SIC a actualidade e em especial a actualidade política, um palco que lhe vem estendendo a passadeira vermelha há anos para a sua candidatura à Presidência da República, muitas vezes exageradamente, outras indisfarçadamente, como na noite deste Domingo em que – não digo que não consegue distanciar-se da sua cor política, mas com o propósito de a acentuar, exactamente para agradar ao seu potencial eleitorado, ao seu PSD de onde não se tem distanciado em eventos políticos recentes, desde que se projecta candidato presidencial e sobretudo, depois de Luís Montenegro, presidente do seu partido, anunciar que Marques Mendes seria um bom candidato, eu não consigo deixar de fazer esta referência.
Por conseguinte, parece-me um dislate, parece-me uma petulância inaudita um homem como o almirante Gouveia e Melo já não disfarçar a sua pretensão de se apresentar a candidato presidêncial, por sinal, o mais bem posicionado para vencer, sem que, como se diz á beça, não se lhe conheça uma ideia política para se apresentar a tão importante eleição, e, digo também eu, apenas porque deu boa conta num acto de gestão que foi a coordenação da designada task force do Covid-19, em 2021, o que não lhe confere nem define capacidade para vir a ocupar a Presidência da República. Já há algum tempo se vem notando que o Ministro da Defesa, Nuno Melo, que é simultâneamente presidente do CDS, mostra simpatia pela pessoa do almirante e consequentemente pela sua candidatura, mesmo antes de há dias se reunir num bar lisboeta, à noite, com o almirante vestido à futrica pela primeira vez em público e, por sua vez, o presidente do CDS se apresentou no automóvel ministerial e respectivo motorista. Diga-se ainda que já André Ventura mostrou simpatia por esta candidatura, que me parece especialmente estranha sob ponto de vista que o CDS faz parte da AD, que fez ressuscitar o CDS, e me parece uma ingratidão para com o PSD, mas veremos.
Ora e neste contexto em que se apresenta uma qualquer figura como o senhor almirante Gouveia e Melo, eu avento a senhora Directora-Geral da Saúde, Rita Sá Machado, uma novel e competente pessoa com uma carreira invejável e dinâmica, sobretudo para a idade de 37 anos. Com a distinção de ser uma mulher. Igualmente aventaria para candidata à presidência da República uma jovem médica, com uma visão da Saúde e da comunicação, que é Margarida Graça Santos, novel médica de família numa unidade de saúde em Lisboa. Mas aqui com um contra, é de que a médica Margarida, tem apenas 32 anos, não reúne, por tanto, os 35 anos que são condição para qualquer português se candidatar à Presidência da República.
Cabe-me fazer um ponto de ordem: Recentemente, no programa Consulta Aberta, da autoria da doutora Margarida Graça Santos, na SIC Notícias / Expresso, esta conversou com a doutora Rita Sá Machado que proferiu a intenção de propor que o boletim de saúde dos bebés que ora nascessem, passasse a ter uma cor neutra: o amarelo, ao invés do vigente azul para rapazes e o cor de rosa para raparigas, que levou a um deputado do CDS fazer lobbying para que o Ministério da Saúde se viesse a opor. Concluo: Antes desse episódio, eu já tinha a opinião que estas duas figuras seriam excelentes candidatas à presidência da República. E, sublinho, especialmente porque são mulheres.
Mário Adão Magalhães
(Não pratico deliberadamente o chamado Acordo Ortográfico)