Durante o período de quarentena no início do ano, a saúde mental de milhões de pessoas no mundo piorou, tendo este tempo gerado até traumas para muita gente. Aqueles que sofriam de ansiedade tiveram tendência a piorar, e houve quem desenvolvesse e experienciasse pela primeira vez os sintomas e problemas causados por esta doença. Felizmente, com a chegada do Verão, do sol e dos dias longos, muitos dos efeitos mentais nocivos causados pela quarentena foram aliviados. As pessoas tiveram espaço para respirar e voltar um pouco à sua normalidade.
No entanto, o Verão está a acabar, e o Outono, que tende a ser um período por si só difícil, pode voltar a trazer muitos dos sintomas de ansiedade devido ao regresso dos dias pequenos e da escassez do sol.
Neste artigo explicarei algumas medidas que pode tomar para diminuir os efeitos mentais da quarentena na sua vida e desta forma impedir que a ansiedade alastre.
Encontramo-nos numa situação anormal, e para a combater teremos que tomar medidas que consideramos fora do nosso normal. Quero dizer com isto que teremos de nos reinventar, olhar para nós mesmos como uma pessoa diferente e não recear a mudança.
A situação presente terá lugar na nossa vida por tempo ainda indefinido e toda a realidade que conhecemos também está diferente e assim permanecerá.
A tensão interna e externa irá ser maior devido não só ao fim do Verão mas também devido a um silêncio interior que todos nós fomos calando e oprimindo ainda na expectativa de que tudo voltasse a ser como dantes.
Pois bem, o nosso bom senso já nos foi sussurrando que o mundo está mesmo em transformação e que é nesse processo que estamos a viver, logo não vale a pena lutar contra ele. Vejamos esta turbulência e imprevisibilidade como uma espécie de oportunidade de nos reinventarmos e de nos descobrirmos.
Uma das aprendizagens mais importantes deste ano é que a vida é uma constante mudança, portanto tentemos ser conscientes daquilo que não pudemos mudar. Se não podemos mudar o que acontece à nossa volta, porque não canalizar a energia para algo que realmente podemos mudar?
Ajustemos o nosso pensamento, tal como tivemos que nos ajustar fisicamente à pandemia. Devemos olhar para aquilo que gostaríamos de fazer, de viver de realizar, de aprender e perceber que é numa altura de mudança que podemos encaixar o nosso novo eu.
É importante levarmos o nosso foco às nossas potencialidades e trabalhar no nosso interior, para que quando toda esta situação acabe possamos enfrentar o novo mundo que dela surgirá como novas pessoas também.
A prática de auto-melhoramento e trabalho em nós próprios é uma boa técnica de acalmar a ansiedade. A pessoa sente-se impotente pois não consegue mudar o mundo e o que acontece à sua volta, e isso gera stress. Ao concentrar-se em si próprio, pode pelo menos controlar parte da sua narrativa, e dessa forma melhorar os nervos e angústias que sente em relação ao futuro.
Outra forma de combater a ansiedade com a chegada do Outono é evitar o bombardeio de notícias. A informação é importante, mas com peso e medida, como tudo na vida! Devemos equilibrar a quantidade de informação que entra no nosso cérebro, e especialmente evitar ler notícias e falar sobre tragédias antes de adormecer, para que não durmamos com estes pensamentos na cabeça.
Ao longo deste Outono e Inverno, experimente elaborar uma lista de coisas que sempre quis realizar e tome passos para tornar realidade esses desejos.
Todos nós somos diferentes e não há uma receita igual para todos, mas há algo em comum pelo qual todos estamos a passar. Em tempo de pandemia a criatividade é visão em terra de cegos, e por essa razão use o que é grátis e está ao seu alcance. Promova em si mesmo a leitura, os pensamentos criativos, o sair de casa e usufruir de cada minuto de sol, de brisa, de céu. Irá com certeza descobrir muitas novidades em si mesmo e reinventar-se, libertando-se da ansiedade.
Canalize a sua energia para o que pode mudar e liberte energia do que não está ao seu alcance.
Cristina Gomes
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