No ano em que Portugal comemora os 600 anos da tomada de Ceuta, o primeiro marco da expansão marítima portuguesa, um dos períodos mais importantes da história de Portugal, tomo a liberdade de divulgar um poema intitulado “Era dos Descobrimentos” que faz parte do meu último livro de poesia “Terra”, magnificamente ilustrado pelo mestre-pintor Orlando Pompeu.
Enquanto docente, escritor e historiador trata-se do meu singelo reconhecimento e homenagem à epopeia dos navegadores e descobrimentos portugueses que tornou eterna a pátria de Camões.
No princípio era sonho,
desejo incontido de conquista
sublimado no signo da cruz
e bramido no cabo da espada.
Era querer ir mais além
desvendar os mistérios do mundo
dos homens e dos deuses
desbravar a vastidão imensa
ligar o Ocidente ao Oriente.
Era partir em viagem
perscrutar no horizonte
a miragem do destino incerto
navegar ao sabor do mar
e do vento sustido em velas
de frágeis caravelas.
Era desígnio hercúleo
concedido por el rei
de Portugal
a destemidos aventureiros
e desditosos marinheiros
seduzidos pela ilusão
da fortuna e glória.