De que está à procura ?

Mundo

UNITA: angolanos estão cada vez mais pobres e sem esperança

A UNITA, oposição angolana, alertou que famílias angolanas estão cada vez mais empobrecidas, sem esperança e numa indigência quase generalizada, em consequência de um desastre económico caracterizado por longos períodos de inflação galopante.

De acordo com o primeiro-ministro do governo sombra da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA, maior partido na oposição), Raul Tati, a situação dos trabalhadores angolanos tornou-se “insustentável”.

A inflação “corrói o seu poder de compra, enquanto os salários permanecem estagnados. A exploração e miséria se tornaram a norma e muitos angolanos hoje, não vivem, apenas sobrevivem com grande sofrimento, famílias inteiras, novos e velhos empobrecidos e sem esperança”, disse.

O político, que falava hoje em conferência de imprensa sobre a situação económica e social de Angola e greve geral dos trabalhadores, referiu que o atual contexto socioeconómico do país deu azo à muitos movimentos reivindicativos, devido à “inépcia” do patronato.

Segundo Raul Tati, as reivindicações dos trabalhadores são recebidas com “descaso e promessas vazias”, referindo que durante a governação do Presidente angolano, João Lourenço, a inflação disparou, mas as atualizações salariais foram irrisórias.

“Deixando os trabalhadores cada vez mais empobrecidos. Muitos estão a viver na indigência, sem qualquer perspetiva de melhoria”, frisou.

As centrais sindicais angolanas decidiram suspender a terceira fase da greve geral, que tinha início previsto para a próxima semana, após acordo com o Governo, que vai ser aplicado até 2027.

O Acordo Trienal de Valorização dos Trabalhadores através do Diálogo Social (2025-2027) foi assinado na terça-feira à noite, em Luanda, na sequência de uma maratona negocial de quase dez horas entre o Governo angolano e as centrais sindicais inscreve a atualização do salário mínimo nacional e ajuste do salário da função pública para 25%.

As partes comprometeram-se, neste acordo de cinco páginas e com um roteiro de tarefas a serem implementadas até 2027, que a revisão salarial de toda a função pública decorrerá em três anos, com efeitos a partir de janeiro de 2025, com incremento de 25%, prevendo negociações em 30 de setembro de cada ano para aumentos subsequentes.

Em relação à atualização do salário mínimo nacional, decidiram de imediato um aumento de 70 mil kwanzas (75 euros), quase o dobro dos atuais 32 mil kwanzas (35 euros), o que deve evoluir para 100 mil kwanzas (107 euros), conforme exigiam os sindicatos, num período de dois anos após a sua fixação em 2024.

Para Raul Tati, o referido acordo pode não representar satisfatoriamente os interesses dos trabalhadores, admitindo, no entanto, que o mesmo poderá “mitigar parcialmente a acentuada erosão salarial que vem se assistindo”.

“Pelo que os sindicatos decidiram suspender por agora a greve geral. A ideia da suspensão e não levantamento da greve radica no facto dos sindicalistas alimentarem fundadas suspeitas na seriedade e boa-fé do executivo”, notou.

Enalteceu, por outro lado, o acordo entre o Governo e sindicatos, considerando que se o espírito de concertação regular se mantiver possibilitará aumentos salariais substanciais “que não apenas ajudarão a aliviar o fardo financeiro sobre os trabalhadores e suas famílias”.

Mas, também, realçou, estimularão o consumo interno, impulsionando assim a atividade económica e contribuindo para o crescimento sustentável do país.

“No entanto, é crucial que esses aumentos salariais sejam acompanhados por medidas que promovam a produtividade e a competitividade, garantindo assim a sustentabilidade a longo prazo”, concluiu o primeiro-ministro do governo sombra da UNITA.

TÓPICOS

Siga-nos e receba as notícias do BOM DIA