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UE quer proteger quem trabalha nas plataformas digitais

A Comissão Europeia lançou esta semana a primeira fase de consulta dos parceiros sociais europeus sobre a forma de melhorar as condições de trabalho das pessoas que trabalham a partir de plataformas digitais.

O trabalho nas plataformas está a desenvolver-se rapidamente na UE e a disseminar-se por um número cada vez maior de setores empresariais. Tem a vantagem de proporcionar maior flexibilidade, oportunidades de emprego e receitas adicionais, nomeadamente para as pessoas que tenham mais dificuldade em entrar no mercado de trabalho tradicional. No entanto, certos tipos de trabalho em plataformas digitais estão também associados a condições de trabalho precárias, que se refletem na falta de transparência e previsibilidade das disposições contratuais, em desafios em matéria de saúde e segurança e no acesso insuficiente à proteção social. Outros desafios relacionados com o trabalho das plataformas incluem a sua dimensão transfronteiriça e a questão da gestão algorítmica.

A crise do coronavírus acelerou a transformação digital e a expansão de modelos empresariais a partir de plataformas no mercado interno. Algumas plataformas desempenharam um papel importante para garantir o acesso a serviços nos períodos de confinamento. Ao mesmo tempo, a crise sanitária veio evidenciar ainda mais a situação vulnerável das pessoas que trabalham em áreas como a economia das plataformas, tanto em termos da exposição a riscos para a saúde e segurança como do acesso limitado à proteção social e a prestações sociais.

Esta evolução e a natureza transfronteiriça das plataformas digitais sublinharam a necessidade de uma iniciativa da UE para melhorar as condições de trabalho das pessoas que nelas trabalham.
O objetivo desta primeira fase de consulta dos parceiros sociais é convidar os parceiros sociais europeus a apresentarem os seus pontos de vista sobre a necessidade e a orientação de uma eventual ação da UE para melhorar as condições de trabalho nas plataformas digitais. A consulta decorrerá durante, pelo menos, seis semanas.

Margrethe Vestager, vice-presidente executiva de Uma Europa Preparada para a Era Digital, afirmou: «A era digital abre amplas oportunidades para as empresas, os consumidores e os cidadãos. As plataformas podem ajudar as pessoas a encontrar novos empregos e a explorar novas ideias de negócio. Ao mesmo tempo, temos de garantir que a economia digital não descura os valores europeus por que nos pautamos. Temos de garantir que estas novas formas de trabalho continuam a ser sustentáveis e justas.»

Nicolas Schmit, comissário do Emprego e Direitos Sociais, declarou: «Em plena transição digital, não podemos perder de vista os princípios básicos do nosso modelo social europeu. Devemos tirar o máximo partido do potencial de criação de emprego associado às plataformas de trabalho digitais, garantindo ao mesmo tempo a dignidade, o respeito e a proteção das pessoas que nelas trabalham. Os pontos de vista dos parceiros sociais sobre esta questão serão fundamentais para encontrar uma iniciativa equilibrada para o trabalho nas plataformas digitais na UE.»

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