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Toyota GR Supra: o regresso do velho samurai

O Toyota Supra é um automóvel especial em todas as suas gerações, encantou a juventude dos anos 90 com o seu design e performance e tornou-se um objecto de culto por ter sido uma “personagem principal” dos filmes “Fast & Furious”.

Este último modelo Supra, que nasceu de uma parceria com a BMW, criou alguma mágoa nos fãs do modelo, porém, somos “obrigados” a relembrar que este é o Toyota Supra mais rápido, mais bonito e mais eficiente de sempre.

O novo Supra assume o “pesado fardo” da época de transição dos automóveis térmicos para os automóveis eléctricos. Como se não bastasse, tem como missão ser um automóvel moderno, bonito, extremamente performante e ainda defender o legado dos seus antepassados, que deixam saudades aos fanáticos do modelo. O Supra não podia estar melhor adaptado aos tempos que correm!

É fácil perceber que o Toyota GR Supra é um automóvel especial, basta conduzi-lo e observar os olhares de excitação à nossa volta, de quem é incapaz de ficar indiferente a um automóvel desenhado para transpirar performance nipónica.

Quer queiramos quer não, os desportivos nipónicos são diferentes de todos os outros. O design nunca esconde para o que foi concebido o automóvel, ao contrário dos europeus, que gostam de ser “bem comportados” e criar automóveis belos e “engomados” que não ferem suscetibilidades.

O novo Toyota GR Supra não é “polidinho”, tem um capô longo, entradas de ar generosas, ópticas dianteiras full-led que fogem completamente aos traços da marca, um lábio dianteiro saliente, uma frente bicuda e nitidamente agressiva, entradas de ar simuladas nos guarda-lamas, que terão as suas funções nas versões de competição, e ainda saias laterais que vincam o aspeto desportivo e dão continuidade à “musculatura” da carroçaria larga e viril. A traseira é curta, tem uma tampa da bagageira que cria um spoiler esguio e generoso, farolins finos aerodinâmicos e claro! Um difusor digno de um verdadeiro automóvel de corridas, que alberga duas saídas de escape. As jantes de 19 polegadas com dois tons, exclusivas deste modelo, são a cereja no topo do bolo.

Todos concordamos que este Supra mantém o estilo nipónico bem vivo, uma vez que não se contem em dar nas vistas! Seria de esperar que o interior também adoptasse um look realmente desportivo e adequado a todo o folclore exterior… Não acontece! O Toyota é um automóvel vincadamente desportivo e focado na condução, mas no interior, os elementos dignos de um verdadeiro desportivo contam-se pelos dedos de uma mão, visto que o tabliê é praticamente direito, assim como a consola central e o sistema de navegação e multimédia, que também não está minimamente focado no condutor.

O “bater de porta” é digno de um automóvel premium, as portas e tabliê estão cobertas com material emborrachado e os comandos são ergonómicos quanto baste, embora o volante tenha um design muito pouco desportivo, com uma área central enorme, que quase nos tira “a tesão” para conduzir este automóvel cuja apresentação exterior transpira pedigree. No entanto, sentados no lugar do condutor, é fácil sentir o conforto dos assentos e a ergonomia do punho da caixa de velocidades e volante, no fim de contas, é o que interessa!

Se a bagageira não é importante na maioria dos desportivos de 2 lugares, a Toyota discordou, uma vez que o Supra tem espaço de bagageira para dar e vender. Como se não bastasse, ainda conseguimos aceder à bagagem através do habitáculo, o que pode ser útil para retirar um objeto, sem termos de nos deslocar ao porta-bagagens.

Já conduzimos desportivos cujo ruído dos escapes se torna ensurdecedor a determinada altura, principalmente quando circulamos a uma velocidade estabilizada em autoestrada. Este não é o caso do GR Supra, onde podíamos realizar umas boas centenas de quilómetros em autoestrada, quase sem dar conta que estamos num automóvel desportivo. Para além de um ruído de motor que está lá quando é preciso e que não incomoda, ainda temos uma série de comodidades que aumentam significativamente o conforto a bordo, nomeadamente o extenso equipamento de série.

O Supra não se poupa em mordomias: tem um sistema de navegação e multimédia completo e com boa imagem, embora este surja num ecrã cujas dimensões não são exatamente generosas face às últimas tendências do mercado que propõem ecrãs de maiores dimensões. Contudo, devido à baixa posição de condução, um ecrã de maiores dimensões colocado no mesmo local, podia afetar a visibilidade e sejamos sinceros… Quem precisa de um grande ecrã com 340cv ao serviço do pé direito? Vamos olhar para a estrada! Um processo que se torna mais simples com a implementação do botão rotativo, que nos ajuda a comandar o sistema de navegação e multimédia sem retirar os olhos da estrada ou sem perder tanta atenção à condução, embora este não seja o sistema mais intuitivo para manusear quando estamos a conduzir. Na lista de pontos positivos deste sistema destacamos, o som JBL premium e os mostradores desportivos que são curvas de binário e potência.

O painel de instrumentos foi criado pela Toyota e é totalmente digital, tem um design muito desportivo que adopta cores vermelhas e brancas, e ainda apresenta a informação de forma completa q.b, principalmente quando se trata de modos de condução e sistemas de segurança.

O motor 3 litros de 6 cilindros com 340cv parece “sentir-se bem” em qualquer regime e nunca se nega a andar mais depressa.

A este motor verdadeiramente formidável juntamos uma caixa de 8 velocidades muito rápida e tolerante a reduções mais bruscas, que funciona de forma absolutamente perfeita e adequada ao comportamento exemplar do Supra.

Quando atacamos curvas, o Toyota Supra volta a mostrar que não é um automóvel para brincadeiras. A travagem não acusa fadiga mesmo depois de alguns minutos de travagens fortes, a direção é muto precisa e o chassi é verdadeiramente equilibrado. Infelizmente, o mau estado dos pneus dianteiros, não nos permitiram explorar mais o Toyota Supra, porém, ficámos com muita “água na boca” e com a certeza de que é um automóvel capaz de intimidar alguns nomes sonantes da praça dos desportivos como Porsche 718 ou Alpine A110.

Há uma melodia proveniente do motor de 6 cilindros, que nos leva ao êxtase e nos relembra o porquê de gostarmos tanto de automóveis. O barulho das passagens de caixa e das desacelerações é viciante e liberta endorfinas!

Apesar dos 340cv de potência e dos 1500kg, os consumos não são assustadores se a condução for contida. Na primeira parte do nosso ensaio, a excitação de conduzir o Toyota Supra fez com que o depósito de 52 litros durasse para pouco mais de 250km, porém, com uma condução mais ajustada em prol da economia de combustível, é possível realizar consumos abaixo dos 9 litros, o que é surpreendente para um motor 3 litros a gasolina sobrealimentado.

As emissões de CO2 não costumam ser uma grande preocupação nos desportivos, no entanto, as emissões de CO2 deste Toyota GR Supra ficam-se pelas 170g/km, o que é equivalente às emissões de alguns SUV diesel ainda comercializados, que curiosamente têm metade da potência deste carro.

Se vive no Luxemburgo ou arredores pode testar o Supra na garagem CAR Avenue em Foetz e diga que vai da parte do BOM DIA.

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