Quando cheguei a Timor e vi Díli lá no horizonte
Tinha os vinte anos e um sorriso na fronte
A baía de Díli brilhava na sua imensidão
E o Sol da esperança para uma nova nação.
Trazia de longe uns versos e sangue fumegante
E um coro de versos deu início a um amor
Levantei os olhos, a pena, e como num instante
Iniciava ali uma missão de dois anos em Timor.
Minha mãe está longe e eu aqui tão distante
Um turbilhão de sentimentos invadiu minha mente
Estava sedento de saudades, de amor e paixões
Interroguei-me: Serão dois anos a falar com os botões?!
A poesia logo me deu alento é muito fervor
Coragem: Viverás aqui neste longínquo Timor
Viestes por esses mares já por Camões navegados
Não desanimes teus esforços poderão ser recompensados.
O que irá ainda acontecer sinceramente ainda não sei
Mas tenho fé e esperança que algo um dia irá mudar
Talvez caia qualquer ditadura. E se cair então não chorarei
E os anos foram passando: e mais tarde dei contigo a cantar!
José Valgode