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TAP tem solução para quem ia para Caracas

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A TAP está a reencaminhar os passageiros que voavam para Caracas para outras companhias aéreas, depois de ter sido suspensa pelo Governo venezuelano durante 90 dias, indicou fonte oficial da empresa à Lusa.

“A TAP cumprirá a legislação em vigor, transportando, através de outras companhias aéreas, os passageiros que regressariam a Caracas. A companhia está a avaliar soluções para os milhares de passageiros que tinham reservas nos voos seguintes”, adiantou a companhia aérea.

Esta segunda-feira, a TAP disse “não compreender” a suspensão por 90 dias de voos para a Venezuela que lhe foi aplicada e garante que esta é uma “medida gravosa”, que prejudica os passageiros.

“A TAP não compreende as razões desta suspensão da operação para a Venezuela por 90 dias, uma vez que cumpre todos os requisitos legais e de segurança exigidos pelas autoridades de ambos os países”, salienta fonte oficial da empresa.

“Trata-se de uma medida gravosa que prejudica os nossos passageiros, não tendo a companhia sequer tido hipótese de exercer o contraditório”, acrescenta a fonte oficial da companhia aérea.

O Governo venezuelano anunciou na segunda-feira a suspensão por 90 dias das operações no país da companhia aérea portuguesa, “por razões de segurança”, após acusações de transporte de explosivos num voo oriundo de Lisboa.

“Devido às graves irregularidades cometidas no voo TP173, e em conformidade com os regulamentos nacionais da aviação civil, as operações da companhia aérea TAP ficam suspensas por 90 dias”, disse o ministro dos Transportes da Venezuela, Hipólito Abreu, na conta da rede social Twitter.

Na passada semana, o Governo venezuelano acusou a TAP de ter violado “padrões internacionais”, por alegadamente ter permitido o transporte de explosivos e por ter ocultado a identidade do líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, num voo para Caracas.

Segundo o Governo venezuelano, Juan Marquez, tio de Guaidó que acompanhava o sobrinho nesse voo, transportou “lanternas de bolso táticas” que escondiam “substâncias químicas explosivas no compartimento da bateria”.

O Governo português pediu um inquérito para averiguar a veracidade das acusações que envolvem a transportadora aérea portuguesa, dizendo não ter qualquer indício de irregularidades no voo que transportou Marquez e Guaidó.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, considerou “inamistosa” e “injustificada” a decisão das autoridades de Caracas.

“Completamente infundamentada e injustificada. Não vejo nenhuma espécie de justificação, seja pelo histórico da TAP na Venezuela, pelo muito que a TAP já deu e por não haver nenhum indício. Por não ter sido apresentado nenhuma prova que seja possível de escrutinar de forma objetiva, que não sejam apenas alegações”, disse à Lusa o ministro dos Negócios Estrangeiros.

Por sua vez, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, repudiou a decisão das autoridades venezuelanas, considerando-a injusta, inaceitável e incompreensível.

Em declarações aos jornalistas, no Palácio de Belém, em Lisboa, o chefe de Estado subscreveu a posição de Santos Silva, “considerando incompreensível aquilo que é noticiado como sendo uma possível suspensão de voos da TAP, que tem efeitos reputacionais para a TAP”, bem como “para Portugal”.

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