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Senhora d’Agonia: Uma romaria nacional com forte participação emigrante

Viana do Castelo está a celebrar as festas da Senhora d’Agonia, uma “romaria nacional” para onde a comunidade local “se congrega”, afirmou a vereadora da Cultura.

“Estas festas têm um fundo muito forte de devoção, de fé, são as festas dos nossos pescadores, a festa da nossa ribeira”, disse Maria José Guerreiro, em entrevista à Agência ECCLESIA. Este ano, a participação de portugueses residentes no estrangeiro foi maior que nunca, tanto como foliões nas festas mas também no desfile e na procissão.

A vereadora da Cultura de Viana do Castelo contextualiza que têm, “desde o século XVIII”, no campo da Agonia a celebração de uma Missa no dia 20 de agosto e “desde os primeiros tempos foram essencialmente os pescadores que festejaram por que é a Nossa Senhora da Agonia que os ajuda” nos momentos difíceis”.

O local onde está a capela da Senhora da Agonia era “um morro onde havia um farol” que indicava aos pescadores “os vários perigos” da costa, no século XVIII, acrescenta.

Maria José Guerreiro assinala que têm “um número muito interessante de ex-votos” na capela que “mostram a enorme fé, enorme devoção que o povo tinha e tem”, e destaca um ex-voto de 1917, uma pintura, que “descreve o perigo em que estava um navio aqui da nossa praia perante um submarino alemão”.

“São um testemunho dessa religiosidade mas também uma leitura histórica muito interessante, não só do ponto de vista da história cronológica mas das representações sociais que as pessoas tinham perante as festas”, acrescentou.

Segundo a vereadora, que é também presidente da Viana Festas, o programa da Romaria da Nossa Senhora da Agonia celebra “essa devoção, fé” em vários momentos.

Neste contexto, destaca “o apogeu destas festas com a procissão ao mar”, no próximo dia 20, onde se sente “a força, a energia” que os habitantes da Ribeira e “as gentes do mar transmitem” durante a sua passagem.

“É um momento único em que a Nossa Senhora percorre as várias artérias da comunidade que estão decoradas para a receber. A santa visita o porto de pesca com muitos pescadores, quer da comunidade de Viana, quer de outras praias a norte ou a sul – Vila Praia de Âncora, Castelo do Neiva, da Póvoa de Varzim, Vila do Conde – e formam um magnífico desfile de emoção e, sobretudo, de devoção”, desenvolveu.

A procissão ao mar é precedida por um “momento extraordinário”, “a noite dos tapetes” quando “toda a população da Ribeira” se une para fazer “os mais belos tapetes para o momento de passagem de nossa senhora.

A festa religiosa na diocese do Alto Minho também celebra a etnografia e a “riqueza”, como o desfile da mordomia com o seu ouro, “um momento muito belo, de celebração do traje de festa”, e Maria José Guerreiro salienta tiveram “mais de 600 mordomas”, entre as quais emigrantes.

No dia 6 de julho, o Papa Francisco promulgou o decreto relativo à canonização de D. Frei Bartolomeu dos Mártires (1514-1590), arcebispo de Braga – que incluía na altura os territórios das dioceses de Braga, Viana do Castelo, de Bragança-Miranda e de Vila Real – que também faz parte desta festa.

“Esta canonização era há muitos anos desejada, se bem que no coração do povo já era santo há muito tempo”, afirmou Maria José Guerreiro, destacando a “ação fundamental” do futuro santo português neste território.

O cartaz para a romaria, que se prolonga até 20 de agosto, destaca a devoção popular, com a jovem mordoma Salomé Silva, natural de Darque, em frente da imagem de Nossa Senhora da Agonia, numa atitude de oração e oferece uma peça em ouro.

 

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