O chanceler alemão Olaf Scholz declarou esta semana que pretende candidatar-se a um novo mandato nas legislativas agendadas para finais de setembro de 2025, apesar das sondagens revelarem uma acentuada queda de popularidade e um recuo do seu partido.
“Vou apresentar-me na qualidade de chanceler, para me tornar de novo chanceler”, assegurou no decurso da tradicional conferência de imprensa de verão, ao ser questionado se não admitida seguir o exemplo do Presidente dos EUA Joe Biden e renunciar a nova candidatura.
O Governo fixou para 28 de setembro de 2025 a data do escrutínio legislativo, uma decisão hoje adotada no conselho de ministro.
O Partido social-democrata (SPD) é “um partido muito unido” em torno do seu líder e vai lançar-se na campanha eleitoral para ganhar, acrescentou o chanceler.
Uma recente sondagem entre membros do partido demonstrou que apenas um terço consideram que Scholz é o candidato adequado, surgindo em igualdade de preferências com o ministro da Defesa, Boris Pistorius, atualmente a personalidade política preferida dos alemães.
Um ano antes das últimas eleições de 2021, o SPD estava creditado com cerca de 15% dos votos, antes de recuperar nas sondagens ao beneficiar de uma guerra pela liderança entre os conservadores e diversos erros políticos dos Verdes durante a sua campanha.
O seu partido conseguiu vencer o escrutínio com 25,7% dos votos, à frente dos conversadores.
Uma façanha difícil de repetir, pelo pacto de o Governo tripartido de Scholz com os Verdes e os Liberais registar de momento a sua maior taxa de impopularidade.
O descontentamento dos eleitores abrange diversas questões: imigração, política económica e ambiental. E as contínuas divergências entre os aliados apenas têm reforçado este generalizado sentimento negativo.
O Governo foi confrontado com crises sem precedentes após o início da invasão militar russa da Ucrânia em fevereiro de 2022, que implicou uma crise energética e elevada inflação.
Os três partidos (SPD, Verdes e Liberais) foram os principais derrotados das eleições europeias de 09 de junho passado, assinaladas por uma vitória da direita conservadora e um novo impulso da extrema-direita.
Ao registar 13,9% dos votos, o SPD obteve o seu pior resultado de sempre num escrutínio nacional desde 1949.
Segundo as sondagens, as eleições regionais em três regiões da antiga RDA em setembro, onde a extrema-direita não cessar de progredir, anunciam-se desastrosas para os três partidos da coligação.