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Quatro cardeais portugueses e nove lusófonos entre os eleitores do próximo Papa

© Fabiana Bravo

Portugal tem, pela primeira vez na história, quatro cardeais com direito a voto no conclave que elegerá o sucessor do Papa Francisco. Juntam-se a eles outros nove cardeais de países lusófonos, formando um total de treze eleitores que falam português no colégio cardinalício.

Entre os cardeais portugueses com direito a voto estão António Marto, Américo Aguiar, Manuel Clemente e José Tolentino de Mendonça. Os restantes nove eleitores lusófonos vêm do Brasil (sete), de Cabo Verde (um) e de Timor-Leste (um).

Os quatro cardeais portugueses

António Marto, nascido em 1947 em Chaves, foi bispo de Viseu e de Leiria-Fátima, destacando-se pelas celebrações do centenário das aparições marianas da Cova da Iria e pelo acolhimento de dois papas: Bento XVI e Francisco. Com forte ligação a movimentos estudantis e operários católicos, chegou a trabalhar em fábricas antes do 25 de Abril e manteve uma forte ligação aos emigrantes portugueses. Em 2018, foi elevado a cardeal por Francisco e veio a deixar a diocese em 2022. É o mais velho dos quatro cardeais eleitores portugueses.

Américo Aguiar, o mais jovem dos cardeais portugueses, tem 51 anos. Antigo presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023, foi nomeado bispo de Setúbal logo após a Jornada Mundial da Juventude. É conhecido pela sua capacidade de comunicação e envolvimento com os jovens e com os meios de comunicação social.

Manuel Clemente, cardeal desde 2013, foi patriarca de Lisboa até 2023. Licenciado em História e doutorado em Teologia Histórica, é um reconhecido académico e investigador, tendo recebido o Prémio Pessoa. Liderou a diocese de Lisboa durante a visita do Papa Francisco à Jornada Mundial da Juventude.

Tolentino de Mendonça, atual prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação, é uma figura de destaque no Vaticano. Poeta, ensaísta, dramaturgo, académico e teólogo, foi consultor de Bento XVI e tornou-se cardeal em 2019. O madeirense foi recentemente distinguido com o Prémio Pessoa e tem uma vasta obra publicada. Nascido em 1965 em Machico, viveu em Angola até aos nove anos.

Os sete cardeais eleitores do Brasil

O Brasil é o país lusófono com maior número de cardeais eleitores:

  • Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre, lidera atualmente o Conselho Episcopal Latino-Americano.
  • João Braz de Aviz, ex-arcebispo de Brasília, é prefeito do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada.
  • Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus, tem uma forte ligação à Amazónia e às causas indígenas.
  • Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, foi um dos nomes apontados para sucessor de Bento XVI.
  • Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, acolheu o Papa Francisco na JMJ de 2013.
  • Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília, é um dos mais jovens cardeais brasileiros.
  • Sérgio da Rocha, arcebispo de São Salvador da Bahia, integra o restrito Conselho de Cardeais do Papa.

Representantes de Cabo Verde e Timor-Leste

Arlindo Gomes Furtado, bispo de Santiago, é o primeiro cardeal cabo-verdiano. Foi elevado em 2015 e representa uma das dioceses mais antigas de África.

Virgílio do Carmo, arcebispo de Díli, é o primeiro cardeal de Timor-Leste. Salesiano, lidera a Igreja timorense num momento de forte crescimento e foi anfitrião do Papa Francisco na visita ao país em 2024.

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