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Portugal quer ser porta de entrada do agronegócio brasileiro na Europa

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O embaixador de Portugal no Brasil, Luís Faro Ramos, afirmou na terça-feira à Lusa que o país ambiciona ser uma porta de entrada importante do agronegócio brasileiro na Europa, através do Porto de Sines.

“O Transporte de bens do agronegócio do Brasil para a Europa, através do nosso terminal de Sines é um assunto que interessa muito e que pode ser potenciado”, disse Luis Faro Ramos, em Brasília, à margem da reunião anual da Federação das Câmaras de Comércio Portuguesas no Brasil, na Embaixada de Portugal.

O responsável português recordou que o agronegócio responde a mais de metade das trocas comerciais entre os dois países lusófonos e, por essa razão, a “área da logística é uma área de extrema importância”.

De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), nos primeiros seis meses no ano, o Brasil, um dos maiores ‘celeiros’ do mundo, exportou 2,46 mil milhões para Portugal, um aumento de 108% face ao registado no período homólogo de 2021.

“O Porto de Sines permite poupar tempo e dinheiro em termos de circuito de entrada de mercadoria brasileira na Europa e no norte de África”, sublinhou Luis Faro Ramos, ressalvando: “Não é um caminho fácil, mas esse interesse existe”.

Agronegócio, turismo, imobiliário e tecnologia de informação, resumiu assim, à Lusa, o presidente da Federação das Câmaras Portuguesas de Comércio no Brasil, sobre o investimento brasileiro que tem crescido substancialmente em Portugal.

No sentido inverso, o crescimento do investimento português no Brasil não tem sido visível, uma consequência, explicou Armando Abreu (eleito na terça-feira para mais dois anos de mandato) da situação socioeconómica do país.

A visão que Portugal e os estrangeiro têm do Brasil “infelizmente não é a melhor: seja a nível político, seja a nível económico, a questão da segurança, saúde e educação”, afirmou, à Lusa, também à margem da reunião anual da Federação das Câmaras de Comércio Portuguesas no Brasil.

Ainda assim, garantiu Armando Abreu, a Federação das Câmaras de Comércio Portuguesas no Brasil tem feito apresentações “das diversas regiões industriais e comerciais portuguesas ao Brasil”, como de Aveiro, Beira interior, Leiria, Madeira e Minho, de forma a incentivar os negócios portugueses no gigante sul-americano.

“O Brasil não é para amadores, é um mercado difícil, mas com elevados potenciais, principalmente em infraestrutura, seja ele energia, estradas, aeroportos, saneamentos”, sublinhou.

Na mesma linha, Luis Faro Ramos, considerou que as trocas comerciais entre os dois países estão a aumentar, mas que “o investimento português neste momento não é tão visível em termos de novos investimentos”

“Atualmente assistimos a um interesse muito grande do Brasil por Portugal”, afirmou, acrescentando que e isso reflete-se na comunidade brasileira residente em Portugal, nos investimentos que os brasileiros estão a fazer em Portugal

Os brasileiros são a principal comunidade estrangeira residente no país, representando no ano passado 29,8% do total, o valor mais elevado desde 2012.

No final do ano passado, viviam em Portugal 204.694 brasileiros, sendo também a comunidade oriunda do Brasil a que mais cresceu em 2021 (11,3%) face a 2020.

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