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Portugal quer mais interligação elétrica com França e Espanha

O primeiro-ministro português pediu à Espanha e à França para identificarem mais projetos de interligação elétrica entre os dois países, a fim de cumprirem a meta de 10% de interconexões até 2020.

“Esta cimeira permitiu avanços muito importantes, incluindo o apelo partilhado para que sejam identificados e apresentados à União Europeia os projetos necessários – até hoje estão identificados os que permitem chegar a 8% – mas precisamos ainda de projetos suplementares para chegar aos 10% em 2020”, declarou Pedro Passos Coelho no final da cimeira tripartida em Espanha, entre Portugal, Espanha e França, com a presença do presidente da Comissão Europeia.

Os três países assinaram uma declaração conjunta na qual se comprometem a trabalhar em conjunto para que a Península Ibérica deixe de ser uma “ilha do ponto de vista energético”, isolada do resto da Europa.

“Chegamos a um entendimento entre os três países, com um envolvimento grande da Comissão Europeia. (…) Creio que esta cimeira demonstra muito bem o compromisso destes três países, Portugal, França e Espanha, bem como das instituições europeias, quanto aos objetivos de interligações de capacidade elétrica até 2020”, disse o primeiro-ministro português.

Este objetivo, disse Passos Coelho, “é crucial para a realização de um verdadeiro mercado interno de energia, o que por sua vez poderá traduzir-se em preços mais baixos para os consumidores, em investimentos mais eficientes em energia renovável e em melhor segurança energética”.

Por outro lado, o chefe do Executivo português considera que Bruxelas deverá monitorizar atentamente este processo conjunto das interligações, ao contrário do que aconteceu no passado.

“O envolvimento da Comissão é essencial no papel de monitorização deste projeto, para alcançarmos o objetivo dentro do prazo que ficou comprometido, ao contrário do que aconteceu no passado. Estivemos muitos anos a proclamar objetivos que depois não tinham qualquer concretização prática. Creio que desta vez será diferente”, disse Passos Coelho, ao lado do chefe do Governo espanhol, Mariano Rajoy, do presidente francês, François Hollande, e do presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.

Passos Coelho também afirmou que os três países concordaram em “diversificar as fontes e as rotas de abastecimento” do gás, afirmando que novas interligações permitiriam “reduzir a incerteza” associada ao fornecimento do leste da Europa.

As interligações de transporte de gás a partir da Península Ibérica, que recebe gás por via marítima ou por gasoduto do norte de África, poderiam representar “40 por cento das necessidades hoje asseguradas por gás russo”, disse Passos Coelho.

“Pode ser útil à Europa se estes projetos tiverem seguimento nos próximos anos. Ganhamos em segurança de abastecimento e em poder de negociação com eventuais fornecedores”, disse o primeiro-ministro português, acrescentando que as empresas ganhariam “maiores condições de competitividade”.

As empresas dos Estados Unidos, disse Passos, “já beneficiam de uma vantagem competitiva nos preços do gás [graças ao gás de xisto]”. E, por outro lado, “existem muitos países excessivamente dependentes do gás proveniente da Rússia”.

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