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Portugal e África do Sul dão as mãos em nome da ciência

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A secretária de Estado da Ciência, Ana Paiva, que terminou uma visita de dois dias a Pretória, disse à Lusa que Portugal vai reforçar a cooperação com a África do Sul em várias áreas científicas.

“O balanço é muito positivo, no sentido em que permitiu-me perceber o potencial da colaboração a nível da Ciência e, portanto, nesse sentido, saio daqui com a esperança que se consigam desenvolver mais cooperações entre Portugal e a África do Sul”, salientou, em declarações à Lusa, no final da visita à África do Sul.

A governante, que regressa hoje a Lisboa, sublinhou que “o potencial para colaboração é muito grande” com o país africano, a economia mais desenvolvida no continente, que elegeu na quarta-feira um novo parlamento nas eleições mais contestadas nos últimos 30 anos.

“Vamos agora trabalhar num protocolo que esperamos que venha a ser assinado, mas é o início de um novo protocolo de colaboração, espero eu”, sublinhou.

“Percebeu-se que há aqui potencial na área dos oceanos, na área da biotecnologia, na área também da energia, mas ainda é prematuro estar a dizer que é nesta área ou naquela em particular”, considerou Ana Paiva, que visitou pela primeira vez a África do Sul.

No âmbito da visita, a secretária de Estado indicou ter tido encontros com responsáveis de várias universidades sul-africanas, bem como com a direção do Departamento de Ciência e Inovação do Governo da África do Sul, na segunda-feira, com quem analisou também a atual parceria no observatório de radioastronomia SKAO, do qual Portugal é um dos países fundadores desde 2019.

“A reunião foi muito positiva, da posição de Portugal como membro fundador julgo que foi muito importante”, indicou a secretária de Estado da Ciência, salientando que “é difícil dizer exatamente como é que vai continuar essa colaboração”, tendo a reunião servido para analisar de que forma poderá ser assegurada.

Portugal é um dos membros fundadores do megaprojeto científico SKAO, orçado em mais de 300 milhões de euros, que envolve a construção do maior radiotelescópio do mundo, iniciada em dezembro de 2022 na província sul-africana do Cabo do Norte, onde se encontra situado, no deserto do Karoo.

Várias instituições, cientistas e engenheiros portugueses têm-se envolvido desde 2019 no desenvolvimento do radiotelescópio com 133 antenas parabólicas.

O observatório tem uma pegada global, sendo que a África do Sul compartilha as antenas do radiotelescópio com a Austrália.

A governante deslocou-se à África do Sul no âmbito das comemorações do 10 de Junho – Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.

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