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Porto não vai ter MIMO

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O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, afirmou que a autarquia se recusa a “organizar mais” o festival MIMO devido ao “incumprimento” das normas que estavam estabelecidas por parte dos organizadores.

“Nós não vamos organizar mais o MIMO, exatamente porque os organizadores do festival incumpriram com aquilo que eram as normas que estavam previamente estabelecidas (…). Nós este ano recusamos o festival MIMO”, afirmou o autarca, depois de, no período dedicado à intervenção do público na reunião do executivo, uma cidadã ter criticado o festival e o seu impacto no centro da cidade.

Contactada pela Lusa, a empresa promotora do festival disse hoje ficado “surpreendida” com as declarações do autarca e que apenas teve conhecimento da decisão através dos meios de comunicação social. 

O Festival MIMO estreou-se de 23 a 25 de setembro de 2022 no centro do Porto, com mais de 50 atividades e a atuação de artistas oriundos de várias partes do mundo em 11 palcos.

O Largo Amor de Perdição, o Jardim da Cordoaria, a Reitoria da Universidade do Porto, o Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto, o Jardim das Virtudes e o Palácio de Cristal foram alguns dos locais por onde passou o festival, assim como as igrejas do Carmo, dos Carmelitas Descalços, de São José das Taipas, de Nossa Senhora da Vitória e de São Bento da Vitória, que serviram de palco a alguns artistas. 

Em julho do ano passado, aquando da apresentação do festival, a diretora do evento, Lu Araújo, salientou que a realização do MIMO – que nasceu há 18 anos no Brasil -, na cidade do Porto era “um dos seus sonhos”. 

“Em 2015, procurei o Porto, à época, com o Paulo Cunha e Silva [antigo vereador da Cultura da Câmara do Porto], mas percebi que ia ser uma negociação demorada. Acabei por optar por Amarante, mas nunca deixei de sonhar com o Porto”, salientou Lu Araújo. 

Também presente na conferência de imprensa, Rui Moreira salientou então que a “fórmula do MIMO foi testada com sucesso nas margens do rio Tâmega”, considerando este um “festival sem paralelo a nível nacional e internacional”. 

“Queríamos um evento agregador de públicos, que se apresentasse sem qualquer barreira, fosse ela de acesso ou linguagem”, destacou Rui Moreira.

O Festival MIMO realizou-se, durante quatro anos consecutivos, em Amarante, com a primeira edição, em 2016, a atrair dezenas de milhares de pessoas, o que se repetiu até 2019.

Em maio de 2020, foi decidida pela Câmara de Amarante a não adjudicação no procedimento destinado à contratação de duas edições do Festival MIMO (2020 e 2021), uma vez que, segundo a versão da autarquia, “fruto da pandemia gerada pela covid-19, não podia o município realizar o evento, particularmente a edição prevista para julho de 2020”.

Aquela decisão da autarquia foi impugnada em tribunal pela empresa promotora do evento, tendo a instância judicial decidido condenar a câmara a retomar a tramitação procedimental pré-contratual.

A câmara já adjudicou ao festival o reagendamento para 2022 e 2023 das edições canceladas, adiantando um valor mínimo de 50% do contrato nas datas inicialmente previstas, porque “sempre foi e mantém-se a intenção” de realização do festival.

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