Plutonio, um nome demasiado grande para uma “só” MEO Arena
Os bilhetes para o concerto do rapper português Plutonio em 28 de fevereiro, na MEO Arena em Lisboa, esgotaram, mas haverá nova data em março. De acordo com a promotora Everything is New e a editora Sony Music Portugal, o artista voltará a atuar na MEO Arena no dia 3 de março e os bilhetes – que custam entre 20 e 29 euros – já estão à venda. O espetáculo irá centrar-se em “Carta de Alforria”, o mais recente álbum do rapper, editado este mês.
Segundo a editora, o novo trabalho de Plutonio “está a bater recordes no [plataforma de ‘streaming’] Spotify”, tendo-se tornado no álbum de um artista português “mais ouvido de sempre em apenas um dia mundialmente” e “mais ouvido de sempre em apenas um dia em Portugal”.
Além disso, “Interestelar”, um dos 22 temas do álbum, é “o single de um artista português mais ouvido de sempre num único dia em Portugal”.
“Carta de Alforria” é o quinto álbum de estúdio de Plutonio, nome artístico de Ricardo de Azevedo.
O título “funciona como uma espécie de metáfora para o atual período da vida de Plutonio, que, segundo o próprio, se apresenta agora livre dos muitos obstáculos e sacrifícios tantas vezes presentes sua vida passada e, portanto, completa e finalmente autónomo para se dedicar em exclusivo à arte”, lê-se no texto de apresentação de “Carta de Alforria”.
No novo álbum, o ‘rapper’ “molda os três géneros musicais que lhe são mais caros, hip-hop, trap e RnB, para os transformar num estilo cada vez mais reconhecível como o seu”.
“Para isso muito contribuem, também, as temáticas abordadas no disco, através de canções mais pessoais e introspetivas, mais inspiracionais e viradas para fora ou simplesmente mais diretas e de assumida crítica social”, salienta a Sony Music Portugal.
Plutonio editou o primeiro álbum “Histórias da minha life” em 2013. Seguiram-se “Preto e vermelho” (2016), “Sacrifício: Sangue, Lágrimas, Suor” (2019) – encarado como uma estreia, porque aconteceu num momento de grande sucesso entre fãs, como contou à Lusa em 2019 – e “Ordem & Progresso” (2023).
Plutonio, de origem moçambicana, é filho de uma geração que emigrou de África depois da independência das ex-colónias. Cresceu e vive no bairro da Cruz Vermelha, na periferia do concelho de Cascais.
É “um bairro que tem vindo a mudar em muita coisa por fora – já não tem barracas, tem prédios – mas teve muitos abusos policiais, tem muita gente que tinha talento que foi presa, tem muitos jovens que cresceram sem pais, mães com dois trabalhos, mães aos 16 anos. Todos esses problemas acabam por influenciar a forma como faço a minha música. Não consigo fechar os olhos a esta realidade”, sublinhou em entrevista à Lusa em 2019.