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Pérola do Atlântico

“Onde o azul do céu se confunde com o do mar,
Onde há serra e mar,
Onde todas as casas e lugares, tem vista para o mar,
O mar, do mar, sim, somos do mar, tudo há mar,
Piratas do bem, apaixonados pelas raizes
E orgulhosos, deste lugar”…

Fabiano de Abreu

Conhecem aquela sensação, de quando pensamos que algo já não tem nada para nos surpreender, e de repente, nos surpreende pela positiva? Estas férias fomos em família até à Madeira, não fazia ideia do quão maravilhosa podia ser aquela ilha, só podia ser Portugal!

Das paisagens, às pessoas, à comida, é tudo maravilhoso. A areia do mar, preta como nunca vi, e que ao início me deixou com medo de mergulhar nas águas madeirenses. Depois as pessoas, são muito simpáticas, com um sotaque que lhes dá um toque especial. E não há palavras para descrever a comida, as frutas, os temperos e os cheiros que lá existem.

Hoje, vou vos falar do Bolo do Caco. É um pão que começou a ser confecionado na ilha de Porto Santo, onde se aproveitava todos os restos de massa de pão para não haver desperdícios. E, que com o tempo, passou a ser um elemento essencial em festas e jantares, onde é tradicionalmente, servido com manteiga de alho, ou como prato principal, com hamburguer, prego, filete de peixe espada, polvo, saladas e outros.

Este pão não necessitava de forno, o que facilitava muito a vida das pessoas, porque naquele tempo não tinham dinheiro para investir num forno. Também nos anos quinhentistas, era proibida a construção de fornos particulares o que obrigava as pessoas a utilizarem os fornos do Rei ou os de pessoas da classe social alta, e isso tinha um preço. Como este pão era apenas cozido numa pedra de basalto sobre as brasas, facilitava a vida das pessoas, a pedra usada era chamada de Caco, daí o nome Bolo do Caco.

Receita do Bolo do Caco

A massa para o bolo do caco é uma massa de trigo vulgar, feita com farinha de trigo, fermento de padeiro (caseiro ou industrial), água e sal.

Fazendo o fermento em casa: este obtém-se misturando um pouco de farinha com água morna nas quantidades necessárias para resultar uma massa mole. Esta massa é deixada durante 1,2 ou 3 dias a fermentar; depois utiliza-se juntando à farinha. A proporção depende do tempo que tem de fermentação.

Usando o chamado fermento de padeiro industrial, este é utilizado na proporção de 30 a 50 g por cada kg de farinha de trigo.

Feita e fermentada a massa de pão (que até se pode comprar na padaria), divide-se em bolas que se achatam de modo a formar uma bolacha com a espessura de 3 cm e um palmo de diâmetro. Tem-se uma pedra muito quente, sobre a qual se coloca a bolacha. Deixa-se cozer e ganhar uma crosta fina, mas ligeiramente queimada. Vira-se e deixa-se cozer igualmente do outro lado. Pega-se agora na bolacha na vertical e roda-se de modo a alourar também os bordos.

A condição para a boa cozedura do bolo do caco, é que a pedra esteja escaldante, sendo aquecida por meio de qualquer combustível, podendo até ser usado para o efeito um vulgar fogão a gás.

Dévora Cortinhal

 

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