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Perderam-se vidas mas Bruxelas diz que Portugal estava melhor preparado para os incêndios

© lusa

A Comissão Europeia garantiu esta sexta-feira que, apesar das mortes e da área ardida com os incêndios florestais este verão em Portugal, o país e a União Europeia estavam “melhor preparados” do que face aos graves incêndios de 2017.

“Qualquer perda humana é uma perda, mas é factual que Portugal e também a União Europeia [UE] estavam melhor preparados [este verão] do que estavam há sete anos, quando se registaram esses incêndios florestais de grandes dimensões em 2017”, disse hoje o comissário europeu para a Gestão de Crises, Janez Lenarčič.

“Na altura, Portugal teve dificuldades, mas a UE também teve dificuldade em prestar assistência, mas desta vez, o país tinha mais meios disponíveis, tanto em termos operacionais como aeronaves para apoiar as equipas no terreno, e também a União Europeia conseguiu ajudar mais”, comparou.

Janez Lenarčič respondia à agência Lusa após se ter reunido em Bruxelas com responsáveis da empresa canadiana que fabrica os aviões DHC-515 Canadair, que farão parte da frota de combate a incêndios da UE em países como Portugal, França, Grécia, Itália e Espanha.

Em julho, numa entrevista à Lusa, o comissário europeu da tutela disse que esperar que os dois aviões de combate a incêndios que Portugal na altura formalmente adquiriu, por 100 milhões de euros em verbas comunitárias, permitiram reforçar a frota e evitar fogos florestais como os de 2017.

Em causa está um acordo formalizado na altura pelo Executivo para compra de dois aviões bombardeiros pesados de combate a incêndios que estarão baseados em Portugal e farão parte da reserva estratégica da Proteção Civil da UE, num total de 12 que Bruxelas financia com um orçamento de 600 milhões de euros (para Portugal, Espanha, França, Grécia, Itália e Croácia).

O primeiro avião DHC-515 Canadair deve chegar à UE em 2027.

Hoje, Janez Lenarčič disse que o encontro em Bruxelas com responsáveis da empresa canadiana Canadair e com a ministra do Comércio do Canadá, Mary Ng, se traduziu num “importante marco”, significando “o início oficial da produção”.

“E espero que em breve 12 novos aviões Canadair possam proteger cidadãos e natureza em toda a UE”, adiantou o responsável.

Em 2017, os fogos florestais em Portugal, entre junho e outubro desse ano, causaram mais de 100 mortos e 500 mil hectares de área ardida.

Nove pessoas morreram e mais de 170 ficaram feridas em consequência dos incêndios que atingiram Portugal entre 15 e 20 de setembro sobretudo as regiões Norte e Centro de Portugal.

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil contabilizou oficialmente cinco mortos nos fogos.

Estes incêndios florestais consumiram cerca de 135.000 hectares, totalizando este ano a área ardida em Portugal quase 147.000 hectares, a terceira maior da década, segundo o sistema europeu Copernicus.

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