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Suíça

Payerne: português que matou mulher e filho vai ser julgado

Américo Reis, o português que crivou a esposa e o filho de 18 anos a tiro será julgado a partir do dia 16 de agosto, na Suíça.

Américo Reis terá disparado cerca de 30 tiros no dia 25 de abril de 2018 em Payerne. O português esvaziou os dois carregadores na mulher – de quem vivia separado – e no filho mais velho.

Enquanto eles jaziam mortos no chão atirou novamente, apontando à cabeça. A acusação, representada pela procuradora Elodie Pasquier revela factos chocantes.

O português de 49 anos, um apaixonado por armas, apareceu na casa da mulher e dos filhos no final do dia. A mulher, de 42 anos na altura, também portuguesa, vivia ali há apenas algumas semanas com os seus dois filhos, de 16 e 18 anos. Segundo a procuradora, citada pelo Le Matin, tinha deixado a casa da família desde setembro de 2017, não suportando agressões, insultos e ameaças de morte por parte do seu esposo.

A família chegou de Portugal em 2006. O agora acusado trabalhava como pedreiro e a esposa, Ana Bela Cruz, era doméstica. A mérico Reis tinha várias armas em seu poder, entre elas uma Glock 34, uma pistola semiautomática.

Os investigadores reconstituíram uma sequência de eventos que faz lembrar um thriller americano. O Ministério Público afirma que, nos dias que antecederam a tragédia, Américo Reis enviou cerca de setenta SMS em que insultava a esposa. A esposa terá ignorado as mensagens. O marido pediu para a ver, mas – por não obter resposta – terá ido a casa depois do trabalho para ir buscar a pistola e dois carregadores com 31 cartuchos.

Por volta das 18h20 chegou ao apartamento da esposa e dos filhos. A mulher abre a porta e o filho mais velho agarra um martelo para impedir que o seu pai entre na casa. A Glock 34 encrava durante a luta e Tiago dispara a primeira bala à queima-roupa no peito do filho mais velho, e depois dispara mais de dez vezes na mulher.

Os tiros cessaram por alguns segundos enquanto o acusado recarregava sua arma. Mas Américo Reis, diz a acusação, quer literalmente acabar com a mãe dos seus filhos e desta vez aponta à cabeça, pelo menos seis vezes. O filho, gravemente ferido, tenta escapar pela escada do prédio. O pai encontra-o e puxa o gatilho novamente.

Segundo a polícia, o português disparou 30 vezes. Após o massacre, que terá durado entre 10 e 15 minutos, Américo dirige-se sucessivamente, para Friburgo e depois para Genebra, onde vai encontrar-se com dois familiares a quem confessa os dois homicídios que acaba de cometer. Os negociadores da polícia entram em ação e vão conseguir convencer o fugitivo a render-se. Coisa que veio a fazer durante a noite na gendarmerie de Payerne. Desde então, Américo Reis está detido na prisão Bois-Mermet em Lausanne.

A partir de segunda-feira, 16 de agosto, no tribunal cantonal de Renens (VD), Reis vai ser julgado no Tribunal Criminal de La Broye e Nord Vaudois. Vai ser acusado de assassinato, lesão corporal qualificada, ameaças qualificadas e uma violação e contravenção da Lei Federal de Armas.

Em declarações à imprensa suíça, o advogado do português, Patrick Michod, não escondeu que contestar a versão da acusação: “A forma como os factos são apresentados pela acusação é duvidosa e vamos contestar”, afirmou o advogado.

 

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