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O velho associativismo das comunidades está morto?

Nélson Pereira Pinto, jovem estudante na Universidade de Colónia, que se encontra a realizar uma tese sobre o movimento do associativismo português, apresentou algumas das conclusões a que chegou nos seus trabalhos. Pereira Pinto esteve no Consulado de Portugal em Düsseldorf, que acolheu no passado sábado uma reunião onde se debateu o papel do movimento associativo nas comunidades portuguesas, especificamente na Renânia do Norte-Vestefália.

O cônsul-geral de Portugal em Düsseldorf, José Manuel Carneiro Mendes contou ao nosso jornal que foi Nélson Pereira Pinto quem entrou em contacto consigo, de forma a garantir apoio para a sua tese, e “assim surgiu a ideia de convocar uma reunião onde o doutor Nélson pudesse apresentar às pessoas o seu trabalho e criar uma interação no âmbito desta terceira reunião geral”.

“Hoje ouvimos a história do associativismo português em Colónia, analisámos as associações e vimos que a comunidade portuguesa nesta cidade está ao nível das demais cidades no país”, completou, de seguida, Nélson Pereira Pinto.

O jovem pesquisador revelou que “não existe muita bibliografia publicada”, algo que “complicou a investigação”. No entanto, considera que a falta de conhecimento nesta área específica resultou em motivação para compreender melhor o fenómeno.

“Quando na Alemanha falamos nas comunidades dos anos 60 ou 70, pensa-se na emigração turca e espanhola, mas não na portuguesa. (…) Desta forma, entrei em contacto com o consulado e com portugueses ativistas, antigos membros das associações de emigrantes”, explicou Nélson Pereira Pinto.

Já o cônsul-geral de Portugal, questionado sobre o seu papel para realização de tal iniciativa, garantiu que “é preciso dar um empurrão ao movimento associativo neste momento. (…) O associativismo clássico já morreu e as pessoas já não se reúnem só para jogar às cartas. Hoje em dia, o movimento está mais lato e engloba ranchos folclóricos, associações católicas, gastronomia, entre outros. (…) É um movimento de carácter global que ainda teima em sobreviver”.

O jovem investigador e aluno na Universidade de Colónia, referiu que as novas tecnologias podem criar outros modelos de associativismo, uma ideia completada de imediato por José Manuel Carneiro Mendes ao reforçar a existência de uma página na Internet “que anuncia todos os eventos da Renânia do Norte-Vestefália” e que, entre fevereiro e junho de 2019, contou com cerca de 18.500 consultas”.

Tendo em conta os dados apresentados, Nélson Pereira Pinto vincou que “uma das perspetivas do associativismo é chegar às pessoas interessadas em conhecer mais sobre a cultura e a língua portuguesa, e não só aos portugueses emigrados”.

Como nota final, o cônsul-geral de Portugal na Alemanha fez questão de agradecer a iniciativa de Nélson Pereira Pinto, referindo que esta é uma oportunidade para “que se reflita sobre os caminhos a tomar pelo movimento associativo”.

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