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O renascer de Bordallo Pinheiro

As criações de cerâmica do século XIX do artista Raphael Bordallo Pinheiro estão a tomar conta das mesas estrangeiras. Algo que facilmente se comprova pelos feeds de Instagram internacionais, o que levou mesmo o britânico The Guardian afirmar que “há um apetite por algo mais forte” a nível artístico.

O êxito é tal que a empresa prepara-se para abrir as primeiras lojas fora de Portugal, em Paris (França) e em Madrid (Espanha). Uma decisão que se justifica também com o facto de metade das peças vendidas em 2017 – cerca de um milhão – terem sido adquiridas por compradores estrangeiros.

Bordallo Pinheiro “experimentava para conseguir cores naturais e pormenores, como penas ou folhas. O objetivo era criar objetos que se assemelhassem à realidade”, explicou ao The Guardian a diretora artística da empresa de peças de cerâmica, Elsa Rebelo.

A diretora artística avançou ainda que a nova equipa de escultores está a criar novas peças baseadas nos moldes originais: “No nosso arquivo temos centenas de designs criados pelo Rafael e pelo filho, Manuel Bordalo Pinheiro, entre 1884 e 1910”. O arquivo também tem desenhos suficientes para “lançar produtos novos por mais 100 anos”.

A empresa sediada nas Caldas da Rainha, no distrito de Leiria, esteve à beira da insolvência em 2009, quando foi adquirida pela Visabeira, que é também detentora da marca Vista Alegre. As peças são feitas à mão por 250 funcionários e entre as criações há um lagarto envolto numa cabaça, uma joaninha que se empoleira na berma de um prato de folha de trapézio com veios, tigelas em forma de vegetais ou frutas e terrinas de abóbora.

A Bordallo Pinheiro “tem tido um crescimento exponencial”, de acordo com o administrador, Nuno Barra, em declarações prestadas à agência Lusa em janeiro. Em 2009, a empresa faturava cerca de 2,4 milhões de euros por ano e a estimativa para 2017 é de “mais de seis milhões de euros”, segundo Nuno Barra.

Além disso, a fábrica da Bordallo Pinheiro está a ser alvo de uma expansão, que vai aumentar a capacidade de produção em 33%, num investimento de sete milhões de euros, e a expansão deverá estar concluída entre agosto e setembro deste ano – a unidade fabril passa de 9.000 para 12.000 metros quadrados e aumenta de 187 para 254 o número de trabalhadores.

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