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Mundial2022: Portugal relaxado contrasta com Coreia determinada

© Lusa

Portugal voltou, tal como há 20 anos, a ceder perante a Coreia do Sul num Mundial de futebol, or 2-1, só que desta vez fez-se valer das duas vitórias que tinha no Grupo H para seguir em frente no campeonato.

Ricardo Horta ainda adiantou a seleção nacional, logo aos cinco minutos, mas Kim Young-gwon, aos 27, e Hwang Hee-chan, aos 90+1, consumaram a reviravolta dos asiáticos, que, assim, garantiram uma vaga na próxima fase, ultrapassando em cima da ‘meta’ o Uruguai, que venceu o Gana, por 2-0, no outro jogo.

Tal como sucedeu com o Gana e o Uruguai, a equipa das ‘quinas’ tirou ‘folga’ após o golo marcado, só que, ao contrário de ganeses e uruguaios, os sul-coreanos foram firmes a ‘castigar’ a passividade lusa.

As duas formações terminaram em igualdade pontual, ambas com quatro pontos, atrás de Portugal, que ficou em primeiro, com seis, só que a equipa de Paulo Bento superou os sul-americanos nos golos marcados (4-4 para os sul-coreanos face a 2-2 dos uruguaios).

Se em 2002, a Coreia do Sul venceu a seleção nacional por 1-0, afastando-a ainda na fase de grupos, voltou a vencer agora mas foi ela própria a juntar-se à equipa lusa entre as 16 formações que vão disputar os oitavos de final, sendo que o conjunto liderado por Fernando Santos falhou o pleno na fase de grupos, depois dos triunfos sobre o Gana (3-2) e o Uruguai (2-0).

Já com o apuramento para os ‘oitavos’ garantido desde segunda-feira, Fernando Santos poupou alguns dos jogadores que contabilizaram mais minutos nos dois primeiros encontros do Grupo H, com Gana e Uruguai, mantendo apenas Diogo Costa, João Cancelo, Pepe, Rúben Neves e Cristiano Ronaldo.

Diogo Dalot, António Silva, Vitinha e Ricardo Horta mereceram honras de titularidade e os primeiros minutos na competição, enquanto João Mário e Matheus Nunes, que tinham sido lançados ante ganeses e uruguaios, respetivamente, também entraram de início no Estádio Education City.

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A aposta do selecionador não poderia ser mais acertada, já que foi Dalot a abrir caminho para o golo inaugural, trocando as ‘voltas’ a Kim Jin-Su e direcionando Ricardo Horta para o segundo golo pela seleção principal, depois de já este ano ter assinado um tento na Liga das Nações, à Espanha.

Com Vitinha e Rúben Neves a ocuparem o duplo pivô em 4x2x3x1, e com Matheus Nunes à frente deles, na expectativa de qualquer espaço que lhe permitisse arrancar e ‘queimar’ linhas por dentro, Portugal procurava gerir o golo ‘madrugador’, sem arriscar em demasia.

Se Matheus parecia desinspirado, Cancelo e Dalot procuravam ser os dínamos pelas linhas, perante uma formação asiática que, mesmo em desvantagem, também não subia muito as linhas de pressão, preferindo colocar-se até 3/4 do campo, deixar os centrais lusos fazerem o primeiro passe e, depois, sim, ‘carregarem’ no médio que fosse receber.

O cantos e os cruzamentos começaram, desde cedo, a revelar-se o ‘calcanhar de Aquiles’ da equipa das ‘quinas’: se Kim Jin-Su viu um golo ser-lhe anulado por fora de jogo, mais tarde Kim Young-Gwon foi perspicaz no posicionamento e tirou proveito do desvio nas costas de Ronaldo para bater o desamparado Diogo Costa.

O mesmo guarda-redes luso lançaria Dalot para uma boa situação de Portugal, antes de Vitinha construir outras duas belas ocasiões, obrigando Kim Seung-Gyu a defesa apertada e, logo de seguida, libertando Dalot para um cruzamento que foi meio golo, não fosse a má receção de Ricardo Horta a impedi-lo de ‘bisar’.

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Apesar de todas as mudanças que operou na equipa, Fernando Santos manteve Cristiano Ronaldo, mas o capitão luso voltou a mostrar que está a léguas do que já foi, fosse pelos erros técnicos – tanto nas receções quanto nas finalizações – fosse pela entrega ao jogo, em que é, claramente, um elemento no qual não se pode confiar para pressionar e condicionar os adversários.

Mesmo perante isto, a equipa lusa continuou a procurá-lo – às vezes em excesso, particularmente nos cruzamentos – parecendo mesmo inibida de criar golos por outros meios, ainda que, verdade seja dita, quando o avançado saiu, aos 65 minutos, Portugal praticamente deixou de criar perigo por André Silva e Rafael Leão.

Já a formação comandada por Paulo Bento surgia no jogo através de remates de longe que testavam a atenção – e ‘aqueciam’ as mãos – de Diogo Costa, mas sem o obrigarem verdadeiramente a ser decisivo como foi com o Uruguai.

A ‘melancolia’ do jogo português foi se acentuando de tal forma, que o inevitável golo sul-coreano acabou mesmo por surgir em tempo de compensação e na sequência de um canto a favor de Portugal: Son intercetou a bola, ‘galgou’ mais de 70 metros e, à entrada da área lusa, ‘desenhou’ o caminho para o golo de Hwang Hee-Chan.

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