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Moçambique afirma continuar a procurar português desaparecido há um ano

O ministro da Cultura e Turismo moçambicano, Silva Dunduro (na foto), declarou que Moçambique está a colaborar no caso do empresário português raptado há mais de um ano na província moçambicana de Sofala.

“O que posso dizer é que a última notícia que li da embaixadora de Portugal em Moçambique dizia que o Governo (moçambicano) estava a colaborar. Mais detalhes, provavelmente, só com a área diplomática. É verdade que sou do Governo, mas há áreas específicas para cada ministério (…)”, declarou o ministro moçambicano.

Silva Dunduro fez estas declarações à margem do Seminário de Promoção do Destino Moçambique que decorreu hoje, em Lisboa.

O ministro moçambicano garantiu que “não existe crise na cooperação entre Moçambique e Portugal”, reforçando a ideia de que os dois países estão a colaborar no caso de Américo Sebastião.

O empresário português Américo Sebastião, 49 anos e pai de dois filhos, foi raptado a 29 de julho do ano passado e, de acordo com a família, os cartões de débito e crédito foram utilizados 32 vezes em levantamentos de 5.000 meticais (cerca de 66 euros), totalizando 160 mil meticais (2.112 euros), com o primeiro a ser logo no próprio dia do rapto, na cidade da Beira, a 310 quilómetros de distância do local.

No seminário esteve presente também Salomé Sebastião, mulher do empresário raptado, que disse aos jornalistas que “não irá conformar-se nunca com o arquivamento do processo” na justiça moçambicana sobre o caso do seu marido e “continuará no caminho” até encontrar a verdade e conseguir trazer o seu marido para Portugal.

A família do empresário pediu ao Ministério Público de Moçambique a revogação do despacho de arquivamento da instrução preparatória do processo instaurado contra desconhecidos.

Na reclamação, a que a agência Lusa teve acesso, a família de Américo Sebastião contesta o despacho de arquivamento do Ministério Público de Moçambique, que se “abstêm de acusar”, por não existir “suspeito ou arguido identificado”.

Tal facto impede à família do empresário português de requerer a instrução contraditória, pelo que apenas pode apresentar a reclamação, em que pede revogação do despacho de arquivamento, para se “prosseguir as investigações para complementar a instrução”.

Os familiares de Américo Sebastião querem que seja feita acareação de duas pessoas que assistiram ao rapto, numa bomba de abastecimento de combustíveis em Nhamapaza, e de um guarda “mencionado como tendo estado em serviço no momento” em que três homens, sem armas, algemaram o cidadão português e colocaram-no numa viatura de dupla cabina.

O objetivo é apurar “as contradições” e “as incongruências” nos dois testemunhos – uma das pessoas é o gestor do posto de abastecimento de combustíveis e a outra um bombeiro – e a audição do guarda, que, denunciou a família, não foi ouvido pelo Ministério Público.

O pedido de revogação do despacho de arquivamento visa também que se “abra uma janela de investigação” para se determinar “falsas declarações”.

“Na tarde de segunda-feira, foi lançada uma petição pública online à Assembleia da República”, explicou ainda Salomé Sebastião, referindo que se intitula ‘Localizar Américo Sebastião, desaparecido em Moçambique, e restituí-lo ao seu país e à sua família”, no endereço www.peticaopublica.com.

Salomé Sebastião, que se tem reunido com autoridades em várias instâncias nacionais e internacionais, disse à Lusa que terá hoje uma reunião privada com o ministro Silva Dunduro sobre o caso do seu marido.

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