Militares portugueses formam cabo-verdianos para missões internacionais
As Forças Armadas de Portugal vão formar, durante dois meses, 19 militares cabo-verdianos que serão promovidos a sargento-chefe e depois serão integrados em missões internacionais.
“Este curso pretende desenvolver as competências essenciais, habilitando os formandos para o desempenho de cargos em todas as áreas funcionais dos comandos e serviços das Forças Armadas, compatíveis com o posto de sargento-chefe”, afirmou o chefe do Estado Maior das Forças Armadas de Cabo Verde, António Duarte Monteiro, na Praia, na abertura da formação.
A partir desta quarta-feira, 07 de agosto, até 04 de outubro, 19 militares da guarda nacional, costeira e demais comandos e serviços vão participar nesta formação ministrada pelos instrutores portugueses, que vai contar com cinco módulos, nomeadamente direito e legislação militar, defesa e relações internacionais, chefia e liderança militar, história mundial e resolução de “problemas complexos”.
A iniciativa integra-se no quadro da cooperação técnico-militar entre Portugal e Cabo Verde, 2021-2026, visando dotar os formandos de competências de liderança, gestão de recursos e habilidades técnicas.
“Temos contado com a chancela da cooperação técnico-militar que, em ação desta natureza, confere uma dimensão internacional ao nosso sistema de ensino-aprendizagem militar, elevando a qualidade e o prestígio das nossas Forças Armadas, fazendo com que os nossos militares estejam capacitados para integrarem missões de âmbito internacional”, apontou.
O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas exortou aos formandos a aprenderem com zelo os conhecimentos para adquirirem os conhecimentos essenciais para exercerem as suas funções e servirem melhor a nação cabo-verdiana.
Por seu lado, o encarregado de negócios da Embaixada de Portugal em Cabo Verde, Nuno Félix, sublinhou que o mundo está sujeito a riscos e ameaças que vão “muito além” dos conflitos militares tradicionais, estendendo-se a domínios como o terrorismo, tráficos e que “Cabo Verde é um exemplo, enquanto uma jovem nação, uma democracia que com o empenho do seu povo se tem vindo a desenvolver”.
“As Forças Armadas desempenham um papel muito relevante na proteção desse mesmo Estado, dessa mesma sociedade. Tenho a certeza de que o curso será exigente porque também são exigentes os desafios que se colocam às Forças Armadas, mas no final, todos sairemos enriquecidos desta experiência, permitindo-nos encarar o futuro com renovadas capacidades e confiança”, referiu.
Nuno Félix assegurou ainda que Portugal estará “sempre disponível como país irmão” em matéria de cooperação no domínio da defesa para colaborar onde e quando as autoridades de Cabo Verde entenderem como oportuno e necessário à consolidação das instituições cabo-verdianas.