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Marcelo terminou visita de Estado com brinde à amizade luso-irlandesa

© DR

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, terminou esta quinta-feira a sua visita de Estado à Irlanda com uma mensagem sobre a construção constante da democracia, da liberdade e da paz e um brinde à amizade luso-irlandesa.

O chefe de Estado falava perante o seu homólogo irlandês, Michael Higgins, a quem ofereceu uma receção de retribuição na Farmleigh House, em Dublin, onde ficou hospedado durante esta deslocação oficial à Irlanda.

Numa intervenção em inglês, Marcelo Rebelo de Sousa recordou a visita que fez ao Glencree Centre, organização não-governamental para a paz e reconciliação fundada em 1974 em resposta ao conflito na Irlanda do Norte.

“Nesta manhã pensei muito no que nós, portugueses, tivemos de construir durante estes mais de 40 anos de democracia”, declarou.

“Tendo vivido a revolução com 20 anos, tendo tido membros da minha família que foram líderes políticos na ditadura, depois fui eleito Presidente em democracia. Não vos posso dar outro exemplo do que significa reconciliação dentro da família e entre famílias”, acrescentou.

O Presidente da República descreveu Portugal como “um país pequeno, onde toda a gente é prima de toda a gente”, que foi “um império colonial, tendo deixado algo de bom, algo de mau, como todos os impérios deixam para trás”.

“A paz não é algo perfeito, é um processo. A construção da paz, da liberdade e da democracia faz-se todos os dias, todos os dias estamos a ganhar ou estamos a perder”, defendeu.

Na Irlanda, o chefe de Estado esteve acompanhado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, e por deputados dos cinco partidos com maior representação parlamentar: Rosário Gambôa, do PS, Germana Rocha, do PSD, Rui Paulo Sousa, do Chega, Patrícia Gilvaz, da Iniciativa Liberal, e Alma Rivera, do PCP.

Na receção que ofereceu ao Presidente irlandês, antes de regressar a Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa agradeceu-lhe a hospitalidade, considerando que foi recebido na Irlanda de forma “ainda mais calorosa” do que em países como Brasil, Angola e Moçambique.

“Nestes dois dias olhei para a minha vida e para o que é realmente importante para mim. Primeiro que tudo, a amizade. A vida é feita de amizade. A vossa amizade nunca será esquecida”, disse.

O Presidente da República, que de tarde recebeu um doutoramento ‘honoris causa’ na University College Dublin, mencionou, “em segundo lugar, a universidade”, declarando que foi, é e sempre será professor.

“Depois, os livros. Grande parte da vossa identidade vem da vossa língua, da vossa cultura, da vossa literatura, da vossa poesia”, completou.

O chefe de Estado deixou palavras de elogio para os portugueses residentes na Irlanda e propôs um brinde à amizade luso-irlandesa, exclamando: “Vida longa à Irlanda, vida longa a Portugal”.

Seguiu-se um momento musical de guitarra portuguesa por Marta Pereira da Costa.

Há 23 anos que um Presidente português não visitava oficialmente a Irlanda. O último foi Jorge Sampaio, em 1999, também em visita de Estado. Sampaio voltou a Dublin em 2004, dessa vez já não em visita oficial, para uma conferência sobre VIH/Sida.

Michael Higgins, Presidente da Irlanda desde novembro de 2011, esteve em Portugal em visita de Estado entre 09 e 10 de dezembro de 2015, quando Aníbal Cavaco Silva era Presidente da República.

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