O presidente Marcelo Rebelo de Sousa continua igual a si próprio, refém do seu procedimento.
A campanha eleitoral para as diversas eleições de 2019 começou, como ele vem acusando. É ele quem vai ritmando, paradoxalmente, o ritmo por si impresso à campanha – o maior crítico, o mais atento e venerando.
Marcelo andou anos paulatinamente a promover-se nas televisões. Fazia-o tão bem que a muitos parecia tão isento quanto parte desses tele-ouvintes o consideravam.
Agora insurge-se a esta prolongada campanha.
António Costa e desde que Rui Rio apareceu a dar-lhe sinais amistosos, deslinda Catarina Martins e Jerónimo de Sousa de uma aliança parlamentar ou mesmo governamental, quanto estes por ora até já desejariam.
Rio, que falava à (e não há) esquerda, censurado pelos seus sequazes, agora fala ainda com ar mais sério para tentar enganá-los, fazendo-lhes crer que o PSD está ali para ombrear com o PS de Costa.
Reitero que o PS não terá favas contadas relativamente à maioria, e, digo, maioria absoluta.
Temos então Marcelo a arbitrar e alvitrar sobre as eleições em que o novo ano será pródigo, não sem ser paradigmático que seja ele a marcar passo, marcar ritmo daquilo que ele mesmo critica.
Marcelo, tão previdente, não viu que o ritmo que imprimiu logo no início do seu mandato não poderia abranger tudo, tudo, e que, de acordo com procedimentos que eu oportunamente escrevi, teria mesmo que falhar! Para nem me aprofundar, basta que eu diga que são os seus sequazes a admiti-lo, para além daqueles a quem defraudou e pensavam que não iria fazer parceria com Costa.
Mário Adão Magalhães
(Não pratico deliberadamente o chamado Acordo Ortográfico)