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Luso-canadianos esperam reeleição para dar voz aos portugueses

Os deputados luso-canadianos Alexandra Mendes e Peter Fonseca esperam ser reeleitos nas eleições gerais do Canadá, agendadas para esta segunda-feira, prometendo continuar a ser a voz da comunidade portuguesa no parlamento.

“Ser a voz da comunidade portuguesa é um orgulho, pois é uma comunidade bem respeitada no Canadá e no nosso distrito eleitoral. É uma comunidade trabalhadora que contribui para a sociedade canadiana”, disse à Lusa o liberal Peter Fonseca, de 54 anos, que concorre a um terceiro mandato federal pelo distrito de Mississauga East – Cooksville.

Natural de Alcanena (distrito de Santarém), no Canadá desde 1969, Peter Fonseca, antes de ser eleito por aquele círculo eleitoral federal (2015-2021), também representou aquela área no parlamento provincial do Ontário, entre 2003 a 2011.

Para o luso-canadiano, o contributo da comunidade portuguesa no Canadá nas últimas seis décadas “não passa ao lado da sociedade canadiana”.

“Quando falamos sobre a comunidade portuguesa no parlamento canadiano podemos ter muito orgulho, porque em pouco tempo, nos últimos 60 anos, muito foi feito, mas muito mais há a fazer. Temos líderes em vários setores da sociedade canadiana. É um orgulho enorme para nós”, destacou.

O antigo atleta olímpico realçou os principais temas de campanha, incluindo a resposta à pandemia, elogiando os esforços do governo de Justin Trudeau nos vários programas sociais e na campanha de vacinação. “Cerca de 80 por cento da população no Canadá já recebeu duas doses da vacina contra a covid-19”, apontou.

A igualmente liberal Alexandra Mendes, de 58 anos, natural de Lisboa, também apontou que a resposta federal à pandemia é um dos principais temas, mas o meio ambiente foi um dos tópicos que mais ouviu durante a campanha.

“Durante a campanha porta a porta, o que mais ouvi foi a resposta à pandemia, como voltar a uma vida normal, mas o mais importante foi o meio ambiente e os problemas financeiros causados por esta crise”, declarou.

A luso-canadiana cumpre o seu terceiro mandato desde outubro de 2019, no distrito eleitoral de Brossard – Saint-Lambert, área que representa desde 2015.

Entre 2008 a 2011, Alexandra Mendes representou o distrito de Brossard-La-Prairie.

A ex-vice-presidente do parlamento canadiano (“deputy speaker”, em inglês) mostrou-se confiante na sua reeleição e na vitória do Partido Liberal do Canadá, apesar de várias sondagens apontarem para um empate entre liberais (centro-esquerda) e conservadores (centro-direita).

Além dos distritos eleitorais de Mississauga East – Cooksville, com cerca de 4.000 portugueses, e de Brossard-Saint-Lamber, com quase mil portugueses, as atenções da noite eleitoral vão concentrar-se no círculo eleitoral da Davenport, com mais de 18 mil portugueses, em que se prevê uma luta renhida entre a liberal Julia Dzerowicz, que tenta o seu terceiro mandato, e a candidata Nova Democrata Alejandra Bravo.

O primeiro-ministro Justin Trudeau convocou eleições gerais antecipadas, no dia 15 de agosto, dois anos antes do previsto, com o escrutínio a decorrer esta segunda-feira, dia 20 de setembro.

Para obter uma maioria parlamentar, um partido tem de eleger 170 deputados, num total de 338 lugares, que representarão o seu distrito eleitoral na Câmara dos Comuns, a câmara baixa do Parlamento.

Várias sondagens apontam que tanto os liberais, que em 2019 elegeram 155 deputados, como os conservadores, atualmente com 119 deputados, estão muito próximos, não devendo conseguir uma maioria parlamentar.

Os resultados finais só deverão ser conhecidos na terça-feira, devido aos votos por correspondência.

A agência nacional de eleições emitiu mais de um milhão de votos por correspondência a canadianos a residirem no seu distrito eleitoral, recebendo na semana passada cerca de 500 mil. Foram também enviados mais 146 mil boletins a canadianos fora do seu distrito eleitoral e mais de 54 mil para residentes no estrangeiro.

Na semana passada, no período de votação antecipada, votaram cerca de 5,8 milhões de canadianos, um aumento de 18 por cento em relação a 2019.

Além destes, 27 milhões de canadianos são elegíveis para votar nas eleições desta segunda-feira.

Na campanha eleitoral foram vários os temas em destaque, como a resposta à pandemia, o passaporte de vacinas, questões ambientais e a reconciliação com os povos indígenas.

O governo canadiano calcula que vivem no país mais de 480 mil portugueses e lusodescendentes.

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