Liga das Nações: empate na Escócia adia apuramento de Portugal

Portugal, com uma exibição desinspirada, voltou a ficar a zero na Escócia (0-0), desta vez na Liga das Nações de futebol, e adiou o apuramento para os quartos de final, continuando sem vencer em Glasgow.

Na quarta jornada do Grupo A1, a seleção nacional foi claramente mais forte que os escoceses, mas mostrou uma enorme falta de criatividade para conseguir demonstrar a teia defensiva montada pela formação britânica.

Bruno Fernandes, aos 88 minutos, protagonizou a única grande oportunidade que Portugal teve em todo o jogo (defesa de Craig Gordon), muito pouco para a uma equipa que teve 70% de posse de bola e que passou grande parte da partida no meio campo adversário.

O apuramento fica assim adiado para novembro, com a equipa de Roberto Martínez, que soma agora 10 pontos, a precisar apenas de um ponto na receção à Polónia, no Estádio do Dragão, no Porto.

Após três vitórias, Portugal fica assim a zero e novamente em terras escocesas, onde, depois de cinco tentativas, continua sem conseguir triunfar em jogos oficiais.

Para a história em Glasgow, no mítico Hampden Park, continuam duas derrotas e agora três empates, todos a zero e nos três últimos encontros oficiais.

Já eram esperadas alterações no ‘onze’ de Portugal (Pedro Neto, titular em Varsóvia, ficou fora da ficha de jogo), mas Martínez surpreendeu ao mudar seis elementos, com destaque para Bernardo Silva, que deu lugar a Vitinha, e Rafael Leão, que foi rendido por Diogo Jota, apesar da excelente exibição que fez na Polónia.

Logo nos primeiros instantes, uma repetição do que aconteceu no primeiro jogo Lisboa, mas com um final bem diferente. Scott McTominay apareceu complemente solto na área lusa, após um centro na esquerda, mas de cabeça atirou fraco e à figura de Diogo Costa. Na Luz, o médio escocês tinha dado vantagem aos britânicos.

Foi um aviso para Portugal, mas pouco depois, perto do 10 minutos, Ronaldo obrigou o guarda-redes quarentão (41 anos) Craig Gordon a sujar o equipamento, com um remate rasteiro à entrada da área.

A partir daí, mesmo sem grande impor grande velocidade, Portugal passou a controlar a partida, sempre com Vitinha a organizar e a operar a partir do meio campo, mas a Escócia foi-se mostrando bem organizada a nível defensivo, tapando bem qualquer caminho para a baliza de Gordon.

Diogo Jota e Francisco Conceição mostraram-se completamente desinspirados nas alas, assim como João Cancelo, que só por uma vez conseguiu ir à linha cruzar.

Nuno Mendes, um dos mais ativos nesta fase, ainda obrigou o guardião escoceses a boa defesa, com um centro de remate, enquanto primeiro Ronaldo e depois Vitinha demonstraram falta de pontaria, com remates, ambos à entrada da área, que passaram bem por cima do alvo.

Após o intervalo, a Escócia regressou algo mais atrevida e Portugal aproveitou para, em lances de ataque rápido, criar algum perigo junto de Gordon, mas sempre com uma concretização desastrada.

Primeiro foi Ronaldo, em boa posição, a atirar de cabeça por cima da baliza, e depois Conceição, à entrada da área, com o seu pior pé, o direito, a ter um remate disparatado.

Estas duas ocasiões fizeram os escoceses voltarem a descer as suas linhas e fecharem-se perto da sua grande área, com Portugal a regressar ao controlo da bola, mas, novamente, sem grande intensidade.

Após uma hora de jogo, Martínez lançou de uma vez só Rafael Leão, Bernardo Silva e Rúben Neves, mas o futebol da seleção nacional manteve-se inalterado, com passes e centros falhados e uma falta enorme de ideias para resolver o ‘enigma’ defensivo escocês.

Já perto do fim, o selecionador nacional ainda lançou João Félix e Nelson Semedo e foi logo após a entrada dessa dupla que Portugal teve a sua maior oportunidade de golo.

Leão rompeu pela esquerda e assistiu dentro da área Bruno Fernandes que, em boa posição, atirou para a baliza, mas sem conseguir ultrapassar Craig Gordon, que foi logo abraçado pelos restantes colegas de equipa.