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Líder da oposição bielorrussa visita Portugal

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A líder da oposição bielorrussa no exílio, Svetlana Tikhanovskaya, inicia esta quinta-feira uma visita de dois dias a Lisboa, a convite do ministro dos Negócios Estrangeiros português, João Gomes Cravinho.

A principal opositora ao regime do Presidente da Bielorrússia em exercício, Aleksandr Lukashenko, cuja legitimidade ela não reconhece, será esta quinta-feira recebida pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse à Lusa o responsável da Diplomacia do gabinete de Tikhanovskaya.

A opositora bielorrussa distinguida em 2020 com o Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento, atribuído pelo Parlamento Europeu, encontrar-se-á na sexta-feira com o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, com o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, e com o presidente da câmara de Lisboa, Carlos Moedas.

Da agenda da visita de Tikhanovskaya, consta ainda um encontro com o presidente da Comissão Parlamentar de Negócios Estrangeiros, Sérgio Sousa Pinto, bem como um encontro com a diáspora bielorrussa em Portugal.

Svetlana Tikhanovskaya, de 39 anos, está exilada na Lituânia desde que Lukashenko, no poder em Minsk desde 1994, renovou o mandato presidencial nas eleições de 09 de agosto de 2020, cujos resultados não foram reconhecidos pelo Ocidente por terem sido consideradas fraudulentas.

Tikhanovskaya reclamou a vitória sobre Lukashenko nessas eleições presidenciais e viu-se obrigada a fugir para a vizinha Lituânia quando ele ordenou uma sangrenta repressão da oposição.

Nesse escrutínio, Svetlana Tikhanovskaya substituiu o marido, Sergei Tikhanovsky, como candidata da oposição, depois de ele ter sido preso, a 29 de maio de 2020.

Sergei Tikhanovsky é um dos 882 presos políticos a que Svetlana Tikhanovskaya fez referência no discurso proferido no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, quando em 2020 recebeu o Prémio Sakharov, juntamente com outros dirigentes da oposição democrática bielorrussa. Em 2021, ele foi condenado a 18 anos de prisão no país.

Desde então que Tikhanovskaya repete incansavelmente que “nove milhões de bielorrussos continuam reféns” de Lukashenko e que “os bielorrussos não estão seguros no país nem no estrangeiro, e os outros europeus também não”, tendo mesmo chegado a defender que Lukashenko pode ser combatido com a mesma estratégia usada contra o coronavírus da covid-19: isolar, tratar e curar.

Para isolar o regime de Minsk, sugeriu que se evite receber os seus embaixadores e apelou às forças democráticas bielorrussas para participarem em eventos como as cimeiras da Parceria Oriental, entre a UE e várias antigas repúblicas soviéticas.

Insistiu que o “tratamento” deve basear-se num forte regime de sanções do Ocidente e não pode limitar-se a declarações de “grande preocupação” com o que está a acontecer na Bielorrússia.

Lukashenko é um aliado próximo do Presidente russo, Vladimir Putin, e é fortemente dependente de Moscovo.

Na guerra que começou a 24 de fevereiro entre a Rússia e a Ucrânia, a Bielorrússia deu a Moscovo uma vantagem estratégica fundamental ao permitir às tropas russas atacar a Ucrânia a partir do seu território, mas até agora não participou diretamente no conflito.

Tikhanovskaya considera que os soldados bielorrussos “não têm de partilhar a responsabilidade pelas ações do regime de Lukashenko” e tem elogiado os voluntários do seu país que estão a participar no conflito ao lado dos ucranianos: “Temos muito orgulho neles. Estão a defender a independência da Ucrânia, mas também estão a defender o nosso futuro”.

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