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Suíça

Lausanne: Museu da Imigração mudou para novo espaço

O Museu da Imigração, considerado o mais pequeno da Suíça durante dezoito anos, inaugurou um novo espaço, após ter sido obrigado a fechar as portas do seu antigo local no coração da cidade de Lausana. 

Há dezoito anos que o artista plástico português e professor de História de Arte, Ernesto Ricou, se dedica à salvaguarda das memórias dos imigrantes na Suíça com o objetivo de “combater os estigmas ligados à migração” e “favorecer o diálogo intercultural”, afirmou à Lusa o fundador.

O Museu da Imigração, criado em 2005, foi durante dezoito anos considerado o espaço museológico mais pequeno da Suíça, com apenas 30 metros quadrados, dedicado à história da imigração naquele país.

Hoje, este espaço rico em histórias, continua a sua missão numa nova casa após vários anos de luta para encontrar um espaço onde pudesse continuar a honrar a história do exílio.

“O Centro de Apoio aos refugiados, situado na cidade de Lausana, aceitou ceder um espaço para o Museu da Imigração”, afirmou o fundador, manifestando a sua gratidão.

“A união destas duas instituições e das nossas disciplinas tem toda a razão de ser e estamos super satisfeitos”, declarou Ernesto Riçou, apontando a importância do diálogo intercomunitário e integração aos migrantes na Suíça.

O evento que assinala a reabertura do museu contou com a presença do embaixador de Portugal na Suíça, Júlio Vilela, do cônsul-geral de Portugal na Suíça, Bruno Paes Moreira, e do deputado do PSD pelo círculo eleitoral da Europa, Carlos Gonçalves, que estiveram presentes para apoiar a iniciativa do português.

“Este professor é um exemplo de trabalho ao serviço dos portugueses”, afirmou o embaixador, num pequeno discurso dirigido ao fundador do museu, salientando que se trata de um “espaço pequeno em tamanho, mas grandioso pelos padrões que o regem”. 

No discurso oficial, o cônsul-geral de Portugal elogiou o fundador por todo o empenho e dedicação prestado aos imigrantes na Suíça.

“Conheço bem o empenho do professor Ernesto para a salvaguarda da memória da imigração e da promoção do diálogo intercomunitário”, reiterou o cônsul, afirmando que é um “verdadeiro espaço de pedagogia que contribui para a integração de várias comunidades”.

O fundador do museu confessou que a mudança para o novo espaço exigiu que fosse feita uma seleção de objetos, tanto por uma questão de espaço, como de estado de conservação dos próprios objetos.

“Alguns objetos já se encontravam muito degradados, facto provocado pelas condições do local onde nos encontrávamos”, declarou Ernesto Ricou, manifestando a esperança de que “seja possível substituir esses objetos por novos elementos que possam vir acrescentar os mesmos valores”.

O Museu da Imigração reúne vários objetos que materializam as memórias e trajetórias vividas pelos migrantes que passaram pela Suíça.

Segundo o fundador do museu, trata-se de objetos “pobres em valor, mas riquíssimos em histórias humanas”, tais como velhas malas de viagens, passaportes, postais e muitos outros objetos representativos da imigração deixados por todos aqueles que trocaram os seus países de origem para ocuparem novos espaços.

Ao longo dos 18 anos de atividade, o museu organizou mais de 100 encontros e exposições, 200 conferências, 10 colóquios sobre várias temáticas ligadas à migração e contribuiu igualmente para a formação de vários jovens professores que passaram por lá para adquirir conhecimentos sobre a temática da imigração na Suíça.

Ernesto Ricou agradeceu a presença dos cerca de 50 participantes na cerimónia, referindo que “o carinho pelo ser humano e pelas diferenças” sempre foi o motor do projeto e “continuará a sê-lo”.​​​​​​​

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