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Joel Pereira, um leiriense que divide o tempo entre o bar e o azulejo

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Joel Pereira é leiriense, tem 29 anos e está emigrado na Alemanha desde 2011. “A curta aventura num país tão distante” rapidamente tomou outras proporções e hoje divide o seu tempo entre o azulejo e os bares de Osnabrück.

Em entrevista ao BOM DIA, Joel Pereira explicou que apesar de ter feito as malas numa época de crise profunda, o verdadeiro motivo para esta mudança foi a vontade de quebrar a rotina. No secundário formou-se em informática, mas foi numa empresa de moldes que encontrou sustento.

“A rotina da fábrica já não dava para mim. Estava constantemente a montar os mesmos moldes e caí na rotina. Como tinha amigos na Alemanha, arrisquei”, justificou.

Sem saber o mínimo de alemão, o jovem natural de Ervedeira, uma localidade pertencente à freguesia de Coimbrão, a norte do distrito de Leiria, começou a trabalhar numa gelataria. “O dono era português e deu-me um contrato para que ficasse tudo legal”, recorda. Mais tarde voltou a querer “mudar de vida” e iniciou funções num bar. Foi assim que descobriu “a arte por detrás do balcão” e as suas aptidões rapidamente o fizeram assumir uma posição de chefia.

Apesar do sucesso na vida noturna, Joel não estava satisfeito. Em 2016 decidiu voltar a estudar e tirou o curso de ladrilhador.

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“Depois do curso fiquei a trabalhar na empresa onde estagiei e, desde então, divido o meu tempo entre o azulejo e o balcão. De semana ladrilho, às sextas-feiras animo bares e discotecas com cocktails e espetáculos de fogo, através da minha empresa, e aos sábados continuo numa discoteca como bartender”.

Ao nosso jornal, Joel Pereira (também conhecido na noite por Dynamite Joe) conta que a capacidade de trabalho e o espírito empreendedor foram a chave para o sucesso na Alemanha: “os alemães sempre gostaram de mim. Aliás, os alemães veem com muito bons olhos os emigrantes portugueses porque somos um povo muito trabalhador e que cada vez tem mais facilidade em adaptar-se. Para mim, este foi um dos segredos. O outro foi, claro, ter aprendido alemão”.

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Questionado sobre o futuro, o jovem emigrante não esconde o desejo de voltar à terra que o viu nascer. No entanto, o regresso a curto ou médio prazo parece não passar de uma utopia, já que foi na Alemanha que “construiu vida”, onde casou com uma alemã, onde há 12 meses viu nascer a Emília, uma bebé que “há-de falar tão bem português como alemão, para poder entender-se com os avós”, e onde nota que “há uma cultura mais aberta relativa à vida noturna”, fator que lhe permite estabilidade e progressão profissional e financeira.

“Férias e família. Neste momento, é aquilo que Leiria representa para mim”, colmatou.

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#portugalpositivo

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