Investigadora luso-dominicana aborda legado musical feminino em Harvard e Brown
A investigadora e musicóloga de origem dominicana e portuguesa Inês Thomas Almeida foi convidada a participar em duas prestigiadas universidades norte-americanas em abril, onde irá abordar o papel invisibilizado das mulheres na música ao longo dos séculos, desde a Idade Média até à atualidade, em Portugal e no Brasil.
Esta quarta-feira, 16 de abril, a mezzo-soprano e professora da Universidade Nova de Lisboa/visitante FLAD no Centro Saab de Estudos Portugueses, estará na Universidade de Brown, uma das oito instituições que integram a Ivy League, a convite do Department for Portuguese and Brazilian Studies. Na quinta-feira, dia 17, será a vez de apresentar a mesma temática na Universidade de Harvard, a convite do Department of Romance Languages and Literature.
A investigação centra-se no contributo feminino para a música desde a Idade Média até à atualidade, destacando a forma como a história tem frequentemente ignorado ou silenciado estas figuras. “Não há pior cego do que aquele que não quer ver…”, escreve a investigadora numa publicação no Facebook, numa alusão à invisibilidade histórica destas mulheres.
Nas suas redes sociais, Inês Thomas Almeida confessou não conseguir exprimir o quão feliz se sente com esta oportunidade: “Não é só a validação académica (e só isto já era muito), de ver que o meu caminho e a minha investigação fazem sentido, até mesmo nos lugares onde a bitola é mais alta e o escrutínio mais denso”.
Este reconhecimento reflete a vitalidade e pertinência dos estudos portugueses nos Estados Unidos da América, que, segundo Almeida, não eram garantidos tendo em conta o atual contexto político. A sua investigação sublinha a relevância de olhar para a música de uma forma mais profunda, e como ela tem sido fundamental para a construção das sociedades, especialmente no que diz respeito às questões de género.
Acrescente-se ainda que Inês Thomas Almeida viveu vários anos em Berlim, onde fundou a associação cultural Berlinda.