Governo britânico dececionado com posição de Netanyahu sobre Estado palestiniano
O ministro da Defesa britânico, Grant Shapps, considerou hoje “dececionante” a recusa do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, em reconhecer um Estado palestiniano independente como solução para o conflito no Médio Oriente.
Em entrevista à Sky News, Shapps disse que para o Reino Unido “não há outra opção” senão uma solução de dois Estados para resolver o conflito na região.
Nas últimas horas, Netanyahu tem insistido que os seus planos para o futuro da Faixa de Gaza após o hipotético fim da guerra com o Hamas passam por assumir o controlo total da segurança no enclave, uma estratégia que o primeiro-ministro britânico considerou incompatível com as “exigências palestinianas de soberania.
Depois de lamentar o comentário de Netanyahu, Grant Shapps disse que, relativamente à existência de um Estado Palestiniano, “não há outra opção senão essa” e que “o mundo inteiro concorda que uma solução de dois Estados”, israelitas e palestinianos em coexistência. “É a melhor maneira de seguir em frente”, acrescentou.
Em entrevista à Sky News, o governante referiu que o seu país “continua certamente empenhado” numa solução de paz de dois Estados para resolver a situação.
O conflito em curso entre Israel e o Hamas, que desde 2007 governa na Faixa de Gaza, foi desencadeado pelo ataque do movimento islamita em território israelita em 07 de outubro.
Nesse dia, 1.140 pessoas foram mortas, na sua maioria civis, mas também perto de 400 militares, segundo os mais recentes números oficiais israelitas. Cerca de 240 civis e militares foram sequestrados, com Israel a indicar que 127 permanecem na Faixa de Gaza.
Em retaliação, Israel, que prometeu destruir o movimento islamita palestiniano, bombardeia desde então a Faixa de Gaza, onde, segundo o Governo local liderado pelo Hamas, já foram mortas cerca de 25.000 pessoas – na maioria mulheres, crianças e adolescentes – e feridas mais de 60.000, também maioritariamente civis.
A ofensiva israelita também tem destruído a maioria das infraestruturas de Gaza e perto de dois milhões de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas, a quase totalidade dos 2,3 milhões de habitantes do enclave, controlado pelo Hamas desde 2007.
A população da Faixa de Gaza também se confronta com uma crise humanitária sem precedentes, devido ao colapso dos hospitais, o surto de epidemias e escassez de água potável, alimentos, medicamentos e eletricidade.
Desde 07 de outubro, pelo menos 365 palestinianos também já foram mortos pelo Exército israelita e por ataques de colonos na Cisjordânia e Jerusalém Leste, territórios ocupados pelo Estado judaico, além de se terem registado 5.600 detenções e mais de 3.000 feridos.