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Gala da Cap Magellan voltou a ser presencial

A Câmara Municipal de Paris voltou a pintar-se de verde e vermelho no sábado à noite para a gala anual que celebra a implementação da República Portuguesa e premeia jovens lusófonos que se distinguem em diversos setores em França.

“Foi emocionante para nós, para o público e para os artistas. É estranho ver uma sala inteira presente, embora com uso de máscara. Ainda é uma situação ambígua, mas que vai voltando ao normal. Dá-me muito prazer ver pessoas”, disse Anna Martins, presidente da associação Cap Magellan que organiza este evento, em declarações à agência Lusa.

Esta foi a 11.ª celebração desta gala no Salão de Honra da Câmara Municipal de Paris, sendo que no ano passado, o evento teve uma participação presencial muito reduzida e foi maioritariamente ‘online’, devido às restrições impostas pela pandemia.

Este ano, 650 pessoas aplaudiram ao longo da noite os diferentes premiados, entre eles Hugo Augusto, melhor aluno de liceu, Adeline Afonso, na categoria de melhor estudante universitária, a associação “Dona Beatriz” como melhor associação, a associação “Des ailes pour le Portugal” como melhor projeto associativo, Christophe Paredes como melhor jovem empresário e ainda Carlos Lopes como artista revelação.

“É uma grande felicidade receber este prémio que é o primeiro e espero ter muitos mais na minha carreira. […] [A covid-19] Foi um período muito difícil. Já é complicado quando somos um músico que está a crescer a desenvolver-se, então com tudo parado devido à pandemia foi ainda mais difícil. Espero agora que os dias sejam melhores para os artistas”, afirmou Carlos Lopes, músico nascido em cabo-verdiano, que chegou a França com 10 anos.

A alegria do reencontro foi partilhada pelos presentes que aplaudiam com entusiasmo, que se emocionaram com os discursos e que aproveitaram o final da celebração para conversar animadamente ou tiraram fotografias para assinalar a sua presença. Uma das figuras mais solicitadas para estas fotografias foi José Carlos Malato, apresentador da RTP 1 e mestre de cerimónia da noite.

“Foi ótimo, faço esta gala há 10 anos e só não vim o ano passado. É ótimo reencontrar as pessoas. Há uma tradição de reencontrar as pessoas e uma ligação muito forte”, referiu o mediático apresentador, que confessou ser esta a sua primeira viagem desde a pandemia.

Os prémios da Cap Magellan são apoiados por empresas portuguesas em França como as seguradoras Império e Fidelidade e também por empresários lusodescendentes como Jean Pina. Mas este ano, alguns prémios ficaram sem patrocínios devido à pandemia, uma situação que a organização lamentou. “Se este foi um momento difícil para os bancos, foi ainda mais para os jovens”, relembrou Anna Martins.

Fundada em 1991, a Cap Magellan tem como principal missão apoiar os jovens lusodescendentes em França, tendo recebido pedidos de ajuda específicos nos últimos dois anos.

“Muitos jovens que tinham de fazer um estágio para terminar os estudos, não conseguiam porque as empresas ou não tinham meios para o fazer ou porque tinham fechado portas e ter um estagiário em teletrabalho não fazia sentido. Recebemos pedidos de ajuda nesse sentido, mas também alguma solidão preocupante devido ao isolamento”, revelou a líder associativa.

No palco os momentos musicais sucederam-se entre fado, morna e música brasileira, tendo sido divulgados ainda projetos artísticos e filmes ligados à comunidade, numa celebração que se faz cada vez com mais franceses presentes.

“De ano para ano temos o conforto de ter cada vez mais candidaturas aos prémios e cada vez mais convidados são franceses, o que é bom para todos. Não há amizade, há sim provas de amizade e esperamos que haja amor”, disse Hermano Sanches Ruivo, vereador da Câmara Municipal de Paris.

A amizade entre os dois países tem tendência a crescer já que no próximo ano decorre a Temporada Cruzada entre Portugal e França que vai arrancar em Paris em fevereiro à volta do Dia dos Namorados e vai prolongar-se até outubro, com diversas manifestações culturais.

“Queremos ser a locomotiva desta relação, não só por sermos capital, mas porque temos esta visão sobre a diplomacia das cidades, mais do que uma geminação com Lisboa, é uma cooperação. O facto de a temporada começar em Paris da melhor forma, à volta do Dia dos Namorados, é um regozijo”, concluiu o autarca.

#portugalpositivo

 

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