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Funeral de Linda de Suza realiza-se em Paris no Dia de Reis

© DR

O funeral da cantora portuguesa Linda de Suza, que faleceu esta quarta-feira num hospital em Gisors, França, realiza-se a 6 de janeiro em Paris.

De acordo com o agente de João Lança, filho da cantora, o funeral será a 06 de janeiro, ficando sepultada em Paris.

A morte de Linda de Suza foi notícia nos principais meios de comunicação franceses, que a descreveram como “icónica” e lembraram que foi das primeiras artistas em França a cantar em francês as experiências de uma comunidade estrangeira instalada no país.

Na quarta-feira à noite, o Presidente francês, Emmanuel Macron, lembrou o “ícone dos destinos cruzados” entre duas culturas, entre franceses e portugueses, e a ministra da Cultura, Rima Abdul Malak, escreveu no Twitter que “a voz de ouro de Linda de Suza emocionou os corações de milhões de franceses e portugueses”.

Em Portugal, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, evocou Linda de Suza como “exemplo de determinação” e “um ícone francês da imigração portuguesa e, portanto, um ícone de Portugal”.

O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Paulo Cafôfo, afirmou no Twitter que Linda de Suza “levou Portugal na sua mala de cartão e na sua voz”.

Nascida em 1948 em Beringel, no concelho de Beja, Linda de Suza estreou-se como cantora no restaurante Chez Loisette, em Saint-Ouen, a norte de Paris. No início da carreira ficou conhecida pela música “Um Português (Mala de Cartão)”, no qual cantou os lamentos da saudade de quem deixou o país.

Linda de Suza tornou-se a cantora da comunidade emigrante portuguesa, cantando as suas dificuldades e saudades, em temas como “J’ai deux pays pour un seul coeur” ou “La Symphonie du Portugal”. No seu repertório incluiu temas do cancioneiro popular como “Lírio Roxo” e “Malhão, Malhão”, e gravou “Coimbra/Avril au Portugal”.

A sua história foi adaptada à televisão numa minissérie intitulada “Mala de Cartão” (1988).

Linda de Suza passou por contratempos pessoais que tiveram eco na imprensa: em 2010, tornou públicas as suas dificuldades financeiras e acusou o companheiro de lhe roubar a identidade; na época, afirmou que vivia com cerca de 400 euros mensais. Contudo, voltou aos palcos e, entre 2014 e 2017, realizou várias digressões.

Em 2020, apresentou um novo projeto, “Postais de Portugal”, com o qual preparava nova digressão que a pandemia de covid-19 obrigou a cancelar.

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